Aizar Raldes/AFP

Vitória sobre a covardia

Bolívar 1 x 0 Flamengo

Aprendi com João Saldanha, mestre de futebol e de vida: não comento jogo onde o princípio básico do esporte, que é a igualdade, é desrespeitado.
Jogo na altitude de 3.640 metros é uma agressão.
Este foi o quarto jogo do Flamengo em La Paz. Foram quatro derrotas. Isto soa normal?
Soa para a FIFA, que não deu fim a esta barbaridade e foi covarde, recuando, sucumbindo, aos ditadores do nosso continente.

Nosso time foi além do seu limite. Tive dois sentimentos vendo alguns jogadores do Flamengo caindo aos pedaços. Pena de cada um deles e revolta por esta gente engravatada e covarde da FIFA.

Todo jogo como esse, decisivo e desigual, quase nunca promove algum jogador visitante a quase herói. Rossi foi exceção rara. Além de demonstrar personalidade, conduzindo o jogo e matando o tempo sempre que possível, foi o fator de desequilíbrio. Fez defesas notáveis, uma delas, de cinema…

Ao contrário de muitos amigos com quem interagi durante todo este sofrimento, achei que Tite foi muito bem nas alterações. Saiu quem precisava sair e quem entrou deu conta do recado. David Luiz e Bruno Henrique, um atrás e outro na frente, cumpriram missões distintas e eficientes. O primeiro impondo respeito, e o segundo, com sua velocidade, provocando expulsão e deixando o fraco time do Bolívar com dez.

Reparem a barbaridade, o desrespeito que é jogar nestas condições. O Peñarol, próximo adversário, em Montevideo, meteu 4 a 0. Na altitude, perdeu por 1 a 0, também em La Paz.
Parabéns a todos os jogadores. Jogaram acima do limite suportável ao ser humano em situação tão adversa.

Ufa!!! Passamos!!!
Que venha o Peñarol. Primeiro jogo aqui. Segundo, lá.
Tudo em condições normais, como manda o figurino do esporte