Violino

Gerson e Carlinhos (Imagem: Gazeta Esportiva Ilustrada)

Gerson e Carlinhos (Imagem: Gazeta Esportiva Ilustrada)

São muitas e variadas as recordações que tenho de Carlinhos, o “Violino”. A primeira, como jogador, onde me impressionava a elegância com que desfilava o seu raro talento num campo de futebol. Na época do 4-2-4, Carlinhos formou com Gerson, o “Canhotinha de Ouro”, provavelmente o mais técnico, criativo e elegante meio campo da história do Flamengo. Depois da saída de Gerson, seu companheiro foi Nelsinho, e esta dupla também marcou época. Carlinhos foi um craque apaixonado pelo seu clube, tanto é que frequentava a Gávea assiduamente, independentemente de estar jogando ou treinando o Flamengo. Aliás, há treinadores de um clube só, como há mulheres de um homem só. Identificação, amor, carinho, cumplicidade e paixão, para um único amor, para uma única paixão. E, quando este tipo de encontro acontece, normalmente dá certo, tanto dá que, Carlinhos como treinador foi duas vezes campão brasileiro pelo Flamengo. Tentou como treinador, é verdade, o Guarani, mas não poderia mesmo dar certo, pois Carlinhos era um profissional que amava um único clube que, na realidade, era a casa dele, a família dele. Independentemente de tudo que aqui coloco, era uma figura humana adorável, de fala mansa e coração de mãe. Carlinhos e Flamengo se confundem. Amor raro. Amor eterno.

Descanse em paz, doce Violino.