Pregando no deserto 2

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Eleição à vice-presidência da CBF (Foto: Vicente Seda).

Ontem, através dos números, ficou claro que os clubes – por maioria esmagadora – decidiram que o Coronel Nunes ocupasse a mais importante cadeira entre os vice-presidentes da CBF e, em função disso afirmei aqui que, quem brada por mudanças na Confederação e nas Federações, deveria antes estar preocupado em mudar “a cabeça” de quem realmente, através do voto, decide.

Com 40 votos de um total de 67, os clubes são soberanos. Agora, aprofundando no tema, lembro aos amigos que, pegando o Flamengo como exemplo, apesar do regime ser presidencialista, em muitas ocasiões, decisões importantes são de competência do Conselho de Administração ou do Conselho Deliberativo, cabendo ao presidente cumprir o que foi decidido. Vamos fazer o seguinte exercício, para que possamos meditar sobre o tema. Vamos imaginar que haverá uma eleição para a presidência da CBF, e o Flamengo, como integrante da série A, será um dos votantes. A decisão de em quem o Flamengo deve votar, deve ser de uma única pessoa, no caso o presidente ou, pela relevância do fato, o voto do Flamengo deve ser decidido pelo seu Conselho Deliberativo?

Vale dizer que fazem parte do Conselho Deliberativo do Flamengo, todos os sócios proprietários que manifestam interesse em participar deste conselho, mais os conselheiros eleitos, e ainda os membros natos, que são os ex-presidentes de poderes. Portanto, o colégio eleitoral é amplo e dividido em várias camadas sociais, o que sempre deixa tudo mais equilibrado e justo. Claro que o presidente terá o poder de defender a sua tese ou, neste caso, o seu candidato preferido, mas na hipótese desta opção ser estranha, terá pregado ele no deserto, pois o Conselho Deliberativo poderá dizer não a uma opção que a maioria entenda não ser a melhor para o futebol e, consequentemente, para o próprio clube.

Não seria este um bom caminho?