Treino Flamengo na Gávea – 01/03/19 (Foto: Marcelo Cortes / Flamengo)

Atitude e altitude

Queridos amigos rubro-negros demonstraram descontentamento com as viagens do presidente e vice geral do clube, em momento tão delicado. E, eles estão cobertos de razão.

Será que nenhum amigo tentou dissuadir Rodolfo Landim desta viagem que, como tem caráter de lazer, poderia perfeitamente ser adiada?

Será que a falta de sensibilidade do presidente e de seu vice é tanta, que não perceberam que esta saída pode ser interpretada como inconsequência e irresponsabilidade?

Pelo que ouvi, recentemente, de uma pessoa de peso no clube, fica a sensação clara de que o nosso presidente está decidindo sozinho, sem dar bola pra ninguém. Desta forma, é pertinente imaginar que, embora avisado de que esta viagem de lazer não era oportuna, Landim fez a mala e deu no pé. E, seu vice, igual.

Alguém tem conhecimento de um início de gestão tão fora do prumo? Acho que o nosso presidente e seu vice não tinham a noção exata da importância e do sacrifício que estas cadeiras impõem.

Falamos de atitude. Agora, vamos de altitude.

Não sei o time que Abel vai escalar na terça-feira e, nem ele sabe. Explico: Não há como escalar um time pelo aspecto técnico e tático, quando o jogo é  disputado a quase quatro mil metros de altitude.

O time será escalado em função da reação dos jogadores. Já vi de tudo. Em La Paz, com a Seleção, Zico sequer saiu do hotel. Neste mesmo jogo, o ponta esquerda João Paulo, que ia entrar, desmaiou fazendo polichinelo, no aquecimento.

Tudo isto, sem falar que, ainda em La Paz, narrei, comentei e fiz as reportagens, pois locutor e comentarista não resistiram aos efeitos, ou melhor, aos defeitos, da altitude.

Por tudo isto, me recuso a analisar as atuações dos jogadores em tais condições. Só quem nunca passou por isso, critica. Por favor, acreditem. Jogar nestas condições é desumano. Quase o Flamengo conseguiu fazer com que a FIFA proibisse tamanha barbaridade.

Infelizmente, a política rasteira e interesses outros fizeram dona FIFA voltar atrás. E, em função disso, a covardia continua. Quando alguém morrer, certamente, vão repensar o tema.