Como será o Flamengo do futuro?

Por mais de duas horas tive o prazer de bater um longo papo com o ex-presidente do Flamengo, Luiz Augusto Veloso, que está em plena sintonia com a brutal transformação pela qual os clubes de futebol estão passando.

A internet mudou o mundo e, como parte, o futebol passa por um período de adaptação, onde alguns clubes demonstram que já pegaram o fio da meada, dentre eles o Flamengo.

Talvez resida aí o maior mérito desta turma competente que toca o clube. Luiz Veloso pensa como eu e, coloca com propriedade a importância do ídolo, principalmente para um clube popular e, mais ainda quando o sonho de todos é transformar este clube, de nacional, em um clube mundial.

Luiz lembra que alguns jogadores estão conseguindo a proeza de terem mais seguidores que o próprio clube e, cita como exemplo, o caso de Cristiano Ronaldo.

A observação que fiz neste papo amigo foi no sentido de que o Flamengo assume o discurso de se transformar em um clube mundial e, ainda não começou a se planejar para isso.

Não há como um clube ser mundial sem que tenha jogadores mundiais. Não adianta sonhar com o mundo e continuar sendo um clube vendedor. Já imaginaram que se não tivéssemos negociado Vinícius Júnior e Paquetá, teríamos dado o primeiro passo para transformá-los em jogadores mundiais?

Se este é o destino para o Flamengo, há de se planejar algo que vise manter no clube as novas joias raras que certamente irão aparecer, mesmo que para isso seja criado um novo tipo de convivência profissional com os jogadores que extrapolem a normalidade, ou seja, os super craques. Este planejamento precisa começar a sair do papel, e rápido, pois, neste momento pensamos de uma forma e agimos em direção oposta.

Pela ordem, Flamengo, Corinthians e São Paulo são os clubes brasileiros que estão com a mão na massa, visando a transformação de atravessar fronteiras. O primeiro a conseguir, será aquele que venha a pensar e a agir como um clube mundial.

Para o torcedor será o céu, pois poderá curtir e idolatrar os jogadores fora de série por um belo tempo. E, o primeiro a atingir este objetivo, de cara, vai garantir, também por muito tempo, a hegemonia continental.

Para o Flamengo ser do tamanho que sonhamos, está aí o primeiro dever de casa. Urge um projeto para manter os ídolos que, em última análise, serão nossos veículos para o mundo.