Também no futebol, a boa relação é fundamental

Bruno Paulo e Camacho (Fotos: Divulgação)

Bruno Paulo e Camacho (Fotos: Divulgação)

Este é o segundo tempo do assunto Camacho. Aquela entrevista não me saía da cabeça e, noite a dentro, um enorme sentimento de frustração ao constatar que um talento lapidado no Flamengo acabara estourando em outro lugar.

Havia marcado, como sempre acontece aos domingos à noite, a nossa “resenha” sobre o final de semana do futebol, com meu afilhado Roger Flores, e com o rubro-negro portador do maior bigode do Brasil, Luiz Guilherme Barbosa, em meio a delicadas garfadas e um belo pinot noir.

Roger chegou e, muitíssimo bem acompanhado, dizendo que o time do Audax havia colocado o Santos na roda. Aí, comecei a contar o caso do Camacho, à época que jogava no Flamengo, quando lá pelas tantas, lembrei que o representante do Camacho, à época em que jogava no Flamengo era o empresário Carlos Leite.

Resolvi arriscar e liguei para o Carlos Leite que, como sempre, prontamente me atendeu. Cumprimentei o amigo e já fui perguntando: “você ainda cuida da vida do Camacho?”. A resposta foi positiva. Aí, não consegui segurar e emendei: “qual é a situação dele? Vamos levá-lo de volta pro Flamengo?” Na resposta de Carlos Leite, dizendo que era tarde, pois o jogador irá para o Corinthians, senti uma ponta de ressentimento na relação do empresário com a turma do futebol do Flamengo. Claro que não com esta turma, pois felizmente agora, temos dois craques no item relacionamento humano, que são Godinho e Plínio.

As queixas, ou desabafos, de Carlos Leite se estenderam, com o empresário dizendo que estava cansado de tentar, sem conseguir, se relacionar bem no Flamengo. Disse ele que ofereceu jogadores importantes, como Renato Augusto, Fagner, Dudu e Maicon, zagueiro do São Paulo, e, nem resposta teve. Ia esquecendo, e Carlos Leite me lembrou que, também brilha no Audax o atacante Bruno Paulo, também por ele representado, e que começou no Flamengo. Bruno Paulo também vai para o Corinthians.

O segundo resumo da ópera é que, no futebol de hoje em dia, qualquer dirigente que não tenha boa relação com quem representa os jogadores vai fazer o navio do clube afundar, ou melhor, encalhar. Houve recentemente no Flamengo um momento em que os dirigentes viam os empresários como inimigos. Equivoco estratégico gigantesco e, atitude intolerante, radical e estúpida.

Há empresários de todos os tipos. Como há dirigentes de todos os tipos. Há empresários parceiros e honestos, principalmente quando não há por parte do dirigente cobrança de “pedágio” para que algum negócio seja concluído. Aí, a relação começa pelo respeito e, havendo afinidade, entra pelo terreno da amizade, onde a parceria será consequência e, que bela consequência…

Desde a época de Andrés Sanchez, passando por Mário Gobi, e pelo atual presidente, o Corinthians vem fazendo este trabalho com maestria. Felizmente, agora no futebol do Flamengo, há quem se faça querer bem, quem tenha o dom de se relacionar. Também no futebol, isto é de vital importância