(Foto: Alexandre Vidal / CR Flamengo)

O que fazer?

Antes do fenômeno internet, o sentimento era igual. O que mudou quando o Flamengo frustra é a repercussão, infinitamente maior do que era antes. Lá atrás, os comentaristas eram, João, Noronha, Luiz Mendes, Rui Porto, Renato Mauricio Prado, Calazans e, no máximo, mais uns dez. Hoje, há milhares de comentaristas, há a velocidade da informação e, consequentemente, quando a coisa não caminha bem o tremor é assustador.

Já li e ouvi tudo que é tipo de comentário e as mais variadas explicações para um ano completamente fora do que cada rubro-negro imaginou.

Cada pessoa é de um jeito. Há as que demoram a digerir esta mágoa e, por isso sofrem mais e, há os que sentem a pancada, não conseguem dormir, mas no dia seguinte, ao invés de raciocinar com o fígado procurando culpados, já estão pensando na frente, usando o passado apenas como aprendizado. Estou nesta turma! Sou desta turma!

Para não dizer que não dormi, o sono chegou às quatro da matina e foi até às oito. Ao invés de acordar ruminando a noite infeliz, ascendeu a luz verde, pois no próximo sábado, às cinco da tarde, jogamos contra o Botafogo, no Engenhão. E, o Campeonato Brasileiro é o que nos restou. Então, que façamos dele o nosso objetivo único e maior.

Que nossos dirigentes, profissionais remunerados do departamento de futebol, e torcedores entendam que este está sendo um ano atípico e, como tal deve ser encarado. Pandemia, jogos sem público, muitas ausências, pelo corona ou contusões, a saída do doce Portuga e equipe, equívocos na definição do comando técnico, contratações que não acrescentaram nada e, aqui pra nós, a nossa sorte contraiu o corona e, de quarentena continua…

Aí, voltamos ao começo, ao título do post. O que fazer?

De cara, olhar pra frente. Pelo passado, nada podemos fazer, já o futuro é outra história. Neste sim, podemos interferir, só que, com sensibilidade e inteligência, já que estamos na reta decisiva da competição importante que nos resta.

Precisamos e, rápido, de um novo plano de voo para o futebol. Quem sabe, começar do zero, tendo como base o que já vimos ter dado certo.

Não forçar a barra com jogadores que estão psicologicamente fora de prumo. Tirá-los de cena, momentaneamente, fará bem para eles e para o time.

Encontrar explicação para tantas contusões e demora além do suportável nas recuperações. Demitimos errado. Que contratemos de novo ou, encontrar e, rápido, competência no mercado.

Que haja um diálogo mais aberto com o treinador. Venho colocando isto não é de hoje. Por experiência própria, garanto que as “resenhas” ajudam e, muito. O treinador precisa ouvir. Isto, muito longe de causar constrangimento, abre a oportunidade de revisão de uma ideia. Sem isto fica meio que ditadura futebolística, onde tudo dependerá de um único senhor, dono do pedaço. Para que fique bem claro: a decisão será sempre do treinador, porém, o diálogo deve ser obrigatório, pois possibilita rever caminhos equivocados.

O que não adianta neste momento é alimentar esta loucura de procurar culpados. Melhor, muito melhor, é trabalhar em cima de possíveis soluções. Devemos concentrar nossa energia, tempo e inteligência neste processo. Até porque, é o único que poderá normalizar o nosso sono.

Vamos olhar pra frente?