Estádio Casa Blanca - Quito

Comentário antecipado

Perdi a conta de quantas vezes estive presente em jogos de futebol na altitude. Como para toda regra há, no mínimo, uma exceção, só não foi sofrido uma única vez, quando a Seleção Brasileira – para um jogo pelas eliminatórias em La Paz – fez a preparação como manda o figurino, ou seja, 21 dias de adaptação: uma semana em Bogotá e duas semanas em Quito, viagem na véspera do jogo para La Paz e, na partida, um show de bola, com vitória por 2 a 0.

Fora isso, sempre foi sofrido jogar na altitude. Os cientistas afirmam  que, fora o ideal, ou seja, adaptação de três semanas, o melhor ou, o menos ruim, é chegar no dia do jogo. Conversa fiada. É ruim chegar no dia, no anterior ou cinco dias antes. Dá no mesmo. O que varia é a reação de cada pessoa e, sem essa de ser atleta, pois já vi quem não conseguisse sair do hotel, vomitando até as tripas, como já vi desmaio de jogador fazendo um simples aquecimento.

Portanto, nesta véspera de jogo, comunico aos queridos amigos do blog que, por experiências vividas e, pelo sentimento de justiça, me recuso a fazer qualquer crítica a quem tenha jogado nesta situação adversa, desigual e desumana.

Muitos amigos escreveram levantando a possibilidade de ser este um bom teste para saber como o time se comportará sem Gerson, nosso principal armador. Claro que seria intrigante, caso fosse um jogo normal. Nas condições em que a partida será realizada, não há como se avaliar, por uma questão de bom senso e justiça.

O que fazer? Pelo que aprendi, na altitude a escalação também é fundamental, só que, não pelo acerto técnico ou tático, mas pela necessidade de se colocar em campo não quem jogue mais, e sim, por quem reaja melhor aos efeitos da altitude.

Além disso, jogar agrupadinho, valorizando a posse de bola, arriscando nos chutes de longe, pois o ar conspira contra os goleiros.

Enfim, estou preparadíssimo para o pior, pela covardia e desigualdade, porém, como otimista de carteirinha, esperando pelo melhor.