Quase esqueci

Edmundo marca o gol da vitória do Bahia.

Edmundo marca o gol da vitória do Bahia.

Ontem, quando do lançamento do livro do nosso Sávio, acabei sendo entrevistado por alguns companheiros e, como não poderia deixar de ser, o assunto “entrega ou não entrega” entrou na roda das perguntas e, alguém lembrou de um jogo entre Flamengo e Bahia, realizado em São Januário, que determinou a queda do Fluminense para a segunda divisão (veja reportagem sobre o jogo no vídeo acima).

Voltei no tempo e, revivi toda a semana que antecedeu este jogo, que para o

Flamengo nada representava, enquanto que, para Fluminense e Bahia, era vida ou morte.

Registrei que durante a semana, algumas ilustres figuras do tricolor chegaram inclusive a acenar com a possibilidade de um “bicho extra” para os jogadores do Flamengo. Prontamente deixei claro que a relação, inclusive a financeira, com os nossos jogadores era exclusiva do Flamengo, e que iríamos a campo, como sempre fizemos, para ganhar o jogo.

Como vice-presidente de futebol, assistia e participava de todas as preleções, e fiz dos mais variados vestiários minha segunda casa, ou seja, sempre estava presente. Como presidente, ia ao vestiário quando se fazia necessário. Nos momentos agudos e nas decisões. Como este jogo era diferente, embora para o Flamengo, em termos de campeonato, ganhar, perder, ou empatar, fosse a mesma coisa, achei que deveria transmitir a mensagem da dignidade aos jogadores no clima do vestiário, onde muito jogo é decidido. Ao meu lado, na corrente, estava o presidente campeão do mundo, Antônio Augusto Dunshee de Abranches e, quando estávamos todos abraçados para as vibrações e mensagens positivas, falei da importância daquela vitória que, conquistada, seria de grande importância para a credibilidade do futebol. E, juro que senti nos jogadores uma enorme vontade de dar uma resposta a quem achava que o Flamengo se prestaria ao papel de entregar um jogo. O time estava completinho, inclusive com Romário em campo, só que, quando a bola rolou, nada dava certo e a derrota para o Bahia acabou acontecendo.

Os fatos são esses. Verdadeiros, reais. Quem deste jogo participou sabe exatamente do que estou falando. Todos tentaram, mas não deu.

Claro que os botequins depois do jogo não estavam tristes. Muito pelo contrário…

Aí já é coisa de torcedor….