Conhecimento de causa

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Como estive dos dois lados, tendo passado por estilingue e por vidraça, tenho um certo cuidado quando penso em criticar, pois a injustiça começa a ser desenhada quando alguém se arvora a concluir alguma coisa sem que tenha o conhecimento de causa necessário. Ontem, lendo uma matéria no Globo.com, sobre a composição da delegação do Flamengo para o jogo de amanhã, no Chile, pela Copa Sul-Americana, veio a informação de que alguns titulares seriam poupados, e que Conca não viajaria, como de fato não viajou. Os dois primeiros comentários criticavam de forma contundente – diria até, deselegante – o treinador Zé Ricardo, pelo fato de não ter levado o argentino.

 

(Foto: Marco Favero / Diário Catarinense)

Hoje, leio com surpresa que Vagner Mancini foi demitido e não é mais o treinador da Chapecoense. Ainda não li, mas com absoluta certeza haverá uma enxurrada de críticas espinafrando a direção da Chapecoense pela decisão de demitir o treinador. Como o tempo passa e, em função disso, as experiências acumuladas vão cada vez mais solidificando a maturidade, me recuso a comentar qualquer um destes fatos sem que tenha pleno conhecimento de causa.

No caso de Conca, não teria cabimento, se estivesse o jogador minimamente em condições, não usufruir do futebol que vimos quando jogava pelo Fluminense.

Exatamente no Fla-Flu, quando Conca entrou por pouco tempo, tive a impressão de estar ele completamente fora de sintonia, como se o jogo estivesse sendo jogado em ritmo normal e ele em câmera lenta. Pra ser sincero, achei até a maneira de correr meio estranha. Vou me aprofundar no tema e, o que apurar, informo.

De todas as formas, convenhamos ser, no mínimo, precipitada a crítica ao nosso treinador. Talvez, o pessoal do Flamengo deva estar mais atento à comunicação. Se for o caso, é muito melhor dizer a verdade – que o jogador ainda não está inteiro – do que calar e, com isso, criar uma polêmica desnecessária, colocando em risco a imagem dos profissionais que integram a comissão técnica.

No caso de Vagner Mancini, igual. Não dá para criticar sem saber os reais motivos que fizeram a diretoria tomar tão drástica atitude. Se revelarem, facilitarão qualquer tipo de análise. Caso se calem, alimentarão a polêmica e, com certeza, as críticas serão inevitáveis.