Espírito coletivo

(Foto: Evaristo Sá / AFP)

(Foto: Evaristo Sá / AFP)

Acredito que qualquer pessoa que tenha visto o jogo de hoje, na estreia do Brasil nestes jogos olímpicos, contra a seleção da África do Sul, deve ter entendido com total clareza o que seja o espírito coletivo em um time de futebol.

Não é o caso de um time que opte por jogar em conjunto, abrindo mão do individualismo. O espírito coletivo é algo muito mais profundo. Pra começar, priorizar sempre as soluções através de dois ou mais jogadores, muito embora não haja nada em contrário com relação a criatividade, que é uma arma preciosa para a solução de uma jogada. O individualismo em excesso, como ocorreu neste jogo, facilita o time adversário e mata o jogo coletivo.

Hoje, o time olímpico da África do Sul, foi o espírito coletivo vestido de verde. Um jogador ajudando o outro, sempre! Aproximação, cobertura, comunicação e determinação. Não sei se este time está treinando faz tempo. Parece que sim. Dá a impressão que sim, embora isto seja relativo, pois há uma enorme diferença entre entrosamento e espírito coletivo.

Em seu comentário, no primeiro tempo, Roger Flores já dizia que o jogo estava esquisito. Muita sensibilidade para mostrar ao telespectador, com uma só palavra, a radiografia do jogo. No segundo tempo, em dia de inspiração, Roger afirmou que o jogo de esquisito, havia se transformado em perigoso.

E, jogamos quase todo o segundo tempo com o time adversário com um jogador a menos…

Ainda na transmissão, outra observação feita que demonstra o que é o espírito coletivo. A seleção da África do Sul, de cada 10 divididas, ganhou 9.

Achei o nosso treinador meio enrolado. Renato Augusto era o único jogador na seleção brasileira que optava pelo coletivo, abrindo mão da individualidade e distribuindo bem o jogo. A substituição foi equivocada.

Que este jogo tenha servido de lição. Não há vitória no futebol que chegue sem que haja espírito altruísta, sem que haja entrega e, principalmente, sem que haja espírito coletivo.

Tomara que os meninos e o “professor” tenham aprendido a lição.