Treino do Flamengo, 04/09/20 (Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)

Bom senso

Vendo uma infinidade de programas esportivos, cada vez fico mais reticente quanto ao comportamento de treinadores que, querem porque querem, implantar aquilo que suas cabecinhas determinam.

Quem sou eu para contestar o que alguém entenda como próximo à perfeição no futebol. Isto é o tipo de discussão interessante, se 4-3-3; 4-4-2; 4-1-2-3; 4-1-3-2; marcação por zona, marcação individual, marcação alta e… por aí vai.

Esta discussão faz sentido, em tese, pois na prática, no dia a dia dos clubes, a banda toca completamente diferente.

Com todo respeito aos nossos treinadores, brasileiros e estrangeiros, neste momento único que estamos vivendo, com uma pandemia ainda não controlada e com o calendário enlouquecido, com jogos dia sim, dia também, se não houver bom senso, a vaca vai pro brejo, com bezerro e tudo…

Um absurdo um treinador, por livre e espontânea vontade, querer rodar o time, mudando peças de um jogo para o outro. Pergunto: isto é preciso, se a natureza já está incumbida disso?

Como assim? Pode ser que alguém pergunte. Explico: com jogos encavalados, não há como não surgirem os problemas de ordem médica. Há os cartões amarelos e vermelhos e, se não bastasse tudo isso, o “seu corona”, de uma hora para outra, pode interferir diretamente em qualquer escalação.

Em síntese, o momento requer bom senso, equilíbrio, sensibilidade, inteligência. Ao invés de procurar pelo em ovo, os nossos professores deveriam abraçar e escalar o que entendam como o que há de melhor e ir mudando e fazendo suas experiências, em função dos problemas aqui já colocados. E, serão muitos…

Não é hora de inventar. O momento requer extremo cuidado.