(Foto: Raphael Zarko)

A leveza e a lucidez do doce Portuga

Imagine que você, craque, destaque absoluto na arte de trocar pneus, é convidado pela Pirelli para um evento em que a empresa irá anunciar a Supercopa da troca de pneumáticos, onde se enfrentarão o campeão da zona norte e, o campeão da zona sul.

O local escolhido foi o Estádio de Moça Bonita, no mês de fevereiro e no horário de 11h, com premiação de 5 milhões para quem for mais rápido e, prêmio de consolação de 2 milhões para o perdedor.

Após um diretor da empresa fazer o anúncio oficial, convida você, craque na arte de trocar pneus, para dizer alguma coisa a respeito do novo campeonato. Que saia justa, hein?

O que fazer, naquele ambiente festivo e na condição de convidado, não abrir mão de dizer o que pensa, sem ofender o promotor do evento? Como concordar que seja uma boa ideia, porém com horário e local incompatíveis, onde pelo sol e consequente calor de matar, o sofrimento dos atletas seria enorme?

Missão espinhosa, sem dúvida.

Para o nosso doce Portuga, Jorge Jesus, não foi nenhum problema. Convidado pela CBF para dizer algo sobre a estreia da Supercopa do Brasil, em jogo entre Flamengo e Athlético – programado em pleno verão – às 11h, em Brasília, o Mister, com toda doçura, com toda delicadeza, do alto de sua larga experiência internacional, elogiou a criação da competição, só que, em dado momento, disse o seguinte: “Agora, só um detalhe. Está aqui quem marcou o jogo para a 11 da manhã, em Brasília? Se está, eu gostaria de ter uma explicação…”

Genial!!!

Com extrema sutileza, pontuou o absurdo da utilização do horário, em pleno verão.

A sensação que se tem é a de que o responsável nunca deve ter jogado uma pelada nesta vida.

Mais um detalhe: em se tratando de tão boa ideia, não teria sido pertinente a CBF ter convocado os dois clubes e, terem montado juntos o grande evento?

Quem sabe no ano que vem…


Muita gente tem me perguntado sobre o problema entre Flamengo e Rede Globo. As informações são totalmente desencontradas, daí a dificuldade em se formar uma opinião, até porque, a informação precisa é a base para que a conclusão seja justa e responsável.

Desta forma, troco o direito da opinião, pela torcida para que o tema tenha solução breve. Como está, não é bom para ninguém.