Emerson Sheik

Emerson SheikDeu na internet que o Flamengo está de olho em Emerson, o Sheik. Não há como não voltar ao passado – não tão distante – e, novamente saborear um filme que foi pra lá de interessante. O filme começa com um dos filhos de Zico afirmando que, na opinião do pai dele, o jogador brasileiro com maior sucesso recente no futebol japonês era um tal de Emerson. Ouvi e gravei. Uma semana depois recebo o telefonema de Cláudio Guadagno, pedindo ajuda para um jogador brasileiro que estava enrolado, impedido de voltar para o mundo árabe, pois seu passaporte havia sido confiscado pela Polícia Federal. Quando Claudio falou quem era, imediatamente me veio à cabeça o comentário feito por Zico, dando conta de que o cara em questão jogava muito.

Acionei o nosso bravo Dr. Michel Assef que, com sua costumeira competência, deu solução ao problema. Esta confusão nos aproximou e, antes de ir embora, Emerson me prometeu que no dia que resolvesse voltar ao Brasil, eu seria a primeira pessoa que ele procuraria e a preferência seria do Flamengo. E não deu outra. O problema é que foi num momento financeiro muito difícil, inclusive com uma determinação de que nenhum gasto novo, a partir daquele momento, poderia ser feito. Consegui convencer Emerson a esperar as coisas se acalmarem e, durante um mês, Emerson foi escondido no sítio Cheirinho do Gol, pra lá do Recreio dos Bandeirantes, onde treinava duas vezes por dia. Passada a tormenta, mas como o dinheiro era curtíssimo, Emerson topou assinar o contrato por um salário simbólico. Durante todo o tempo em que juntos estivemos no Flamengo, o comportamento dele foi exemplar, dentro e fora de campo. As alegrias, foram muitas…

Agora, mesmo com 36 anos, ante tanta carência de qualidade criativa e ofensiva no elenco do Flamengo, Emerson, se realmente contratado, vai ajudar muito. Antes que alguém diga que o espaço que Emerson ocupa em campo é o mesmo de Marcelo Cirino, quero repetir o pensamento da minha avó Corina: “Quem tem um, não tem nenhum”. E concluo, afirmando que, num Campeonato Brasileiro não basta ter um bom time. Quem não tiver um razoável elenco, corre sérios riscos.

Caso retorne mesmo ao Flamengo, toda sorte do mundo para o bravo Emerson que, graças ao seu talento, virou Sheik.