Thiago Ribeiro / AGIF

Dorival e Gabigol

Dorival Júnior, na sua explicação para não ter escalado o time titular no jogo contra o Ceará, fez menção ao que ocorreu contra o América, quando fomos desclassificados no Maracanã, pelo time mexicano.
Com todo respeito, argumento sem o menor sentido. Para começar, vencemos a primeira partida, no México, pelo placar de 4 a 2, portanto, dois gols de vantagem para o jogo de volta. Desta feita, agora, pelo placar de 4 a 0, obtido na Argentina, temos o dobro de vantagem do que tivemos contra o América do México.
E, para quem não sabe, aquele foi o tipo do dia, absolutamente, atípico. Deu tudo, “inclusive tudo”, errado. Mesmo saindo do Hotel Windsor uma hora antes do que era habitual, com os batedores de sempre, ante um trânsito caótico, a chegada ao Maracanã foi em cima do laço, quase que comprometendo o aquecimento.
Joel dirigia o time pela última vez, pois no dia seguinte estava viajando para a África do Sul e, de certa forma, havia uma comoção no ar.
Fábio Luciano, nosso extraordinário zagueiro e líder do time, não pôde jogar.
E, na partida, uma infelicidade atrás da outra, com o gordinho acertando tudo e, quando errava, batia no zagueiro e desviava do goleiro. Noite de absoluta infelicidade.

Em síntese, se esta noite de extrema infelicidade ocorresse agora, estaríamos classificados, pois ainda estaríamos na frente pelo saldo de gols.
Como argumento final, este time do Vélez, horroroso, e vigésimo sétimo entre os vinte e oito que disputam o Campeonato Argentino, nem de longe se compara àquele do América do México.
Portanto, muito melhor assumir o equívoco do que apresentar desculpa estapafúrdia.


 

Agora, Gabigol

Octavio Drummond, o grande rubro-negro, filho do genial Ivan Drummond, o Barão, um dos responsáveis diretos pelo surgimento da incomparável “Geração Zico”, alerta para um número assombroso: Gabigol já tomou 22 cartões em 2022, incluindo-se aí, cinco expulsões.
Contra o Ceará, o primeiro cartão amarelo foi no intervalo do jogo, por reclamação e, até no banco de reservas, nosso inegável jogador diferenciado, também por reclamação, levou cartão.
Este é um recorde. Não há zagueiro ou volante, nas quatro divisões do futebol brasileiro, que neste ano tenha tomado tantos cartões. A maioria esmagadora não chegou nem à metade do recorde do nosso camisa 9.

Não duvido que os nossos dirigentes já tenham conversado sobre este assunto com Gabigol. Acho até que pode ter sido mais de uma vez, só que, sem resultado.
Quem sabe não seja este um tema para um profissional? Na minha época, fazia parte da nossa comissão técnica um psicólogo. Acho que hoje isto não ocorre, porém, nada impede que os casos que extrapolem a normalidade sejam encaminhados a um bom profissional da área.
Quem sabe não seja bom para o Flamengo e ótimo para o nosso craque?
Fica a sugestão…