(Alexandre Vidal / CRF)

A vida sem Éverton Ribeiro e Arrascaeta

Em meio ao meu sofrimento em ter acesso aos canais da Globo – única e exclusivamente para assistir aos jogos do Flamengo e, até agora sem sucesso, embora já tendo pago todos os planos possíveis – tomo conhecimento de que está acirrado o desentendimento entre os dirigentes do Flamengo e a CBF, em função da negativa de adiamento dos nossos jogos e a consequente impossibilidade de contar por algumas rodadas do Campeonato Brasileiro com Arrascaeta, Éverton Ribeiro, Gabigol e Isla.

Claro que, como qualquer pessoa de bom senso, acho um absurdo um clube ser prejudicado pelo fato de ter sido competente em suas contratações. O Flamengo, que enriqueceu os campeonatos nacionais, pagando a peso de ouro por Arrascaeta, Éverton Ribeiro, Gabigol e Isla, será prejudicado no seu objetivo maior, qual seja a conquista de um inédito Tricampeonato Brasileiro, pelo fato de não poder contar com estes jogadores decisivos na fase aguda da competição. Em síntese, realmente, estamos nos deparando com fato injusto e absurdo.

O futebol brasileiro é tão estranho, estapafúrdio e imprevisível como o próprio país. Antigamente, a legislação esportiva protegia o clube que tivesse cometido o “crime” de ter sido competente, formando um grande time. Em qualquer convocação em que dois ou mais jogadores de um clube fossem chamados para a Seleção Brasileira, seus jogos, obrigatoriamente, eram adiados. Onde foi parar esta lei esportiva tão justa? Escafedeu-se!!!! e… fodam danem-se os clubes e seus torcedores. Isto é uma coisa. Há, porém, outra coisa…

Convido meus amigos e companheiros do blog para uma rápida viagem e meditação sobre o nosso elenco. Vejam bem que estou me referindo a elenco e não a um time ideal – em que o nosso, beira à perfeição.
Estão lembrados daquela velha máxima, muito citada por João Saldanha, que sempre dizia que o jogo se ganha no meio-campo? Pois é, o nosso João, com seu incrível poder de síntese, utilizou o “meio-campo” para simplificar. No fundo, ele queria dizer que sem jogadores criativos, que normalmente habitavam aquela faixa de campo em diante, não se ganha jogo.

Agora, utilizando esta sabia premissa, vamos ao que interessa. Quais são os nossos jogadores criativos? 95%, Arrascaeta e Éverton Ribeiro. Concordam?
E quando eles não puderem jogar, qual não seja por este absurdo do não adiamento dos nossos jogos? Quem vai criar?
Aí reside, a meu conceito, nosso ponto vulnerável como elenco. Em todas as outras posições, bem ou mais ou menos, há soluções. Menos para esta que é a mais importante.

Que tal, tendo como motivação este momento e encasquetar como meta prioritária começar a procurar, internamente ou no mercado, quem possa substituir Éverton Ribeiro e Arrascaeta, assim como temos Pedro para o lugar de Gabigol, Michael para o de Bruno Henrique e, por aí vai…
Lembrando que, sem milho não há pipoca. Transportando para o futebol, se não houver quem crie, a vitória fica muito distante. Sempre!

Alô competente diretoria!!!
Vamos pensar nisso?