Marcelo Cortes

O relógio marca…

O brilhante repórter Renan Moura, da Rádio Globo, solicitou meu depoimento, como testemunha ocular e auditiva, em Tóquio, sobre o título mundial, conquistado em 1981.
Disse a ele que, como sempre parti da premissa de que confiança é quase tudo em se tratando de futebol, foi mágico o embarque para o Japão, após conquistar o Campeonato Carioca, de extrema importância à época, sobre o Vasco, em tarde de domingo inesquecível.

Registrei que, apesar do final de temporada para os clubes brasileiros, nosso time estava no embalo e com moral elevada. Agora, somos obrigados a disputar o título mais importante da temporada com a rapaziada recém chegando do período de férias. Claro que, para qualquer rubro-negro, a esperança está acima do problema, seja ele qual for.

Se o time para este mundial é inferior ao de 2019, em contrapartida, encararemos o Al Hilal talvez um pouco melhor do que encontramos na semifinal deste mesmo ano e, com toda certeza, seja quem for o finalista da outra chave – provavelmente o Real Madrid – bem inferior ao Liverpool que nos venceu na prorrogação.
Portanto, é ir com fé e, ponto!

O que entristece profundamente é saber que a Rádio Globo, em 1981, teve uma equipe completa, com dois narradores (Waldir Amaral e Jorge Curi), comentarista (Ruy Porto), repórter (o que aqui escreve), e técnico de som (João Humberto Lopes, o popular “Fogueira”) viajando até o Japão na primeira classe da British Airways e, desta feita, nesta jornada marroquina, transmita momento tão importante para a torcida mais numerosa do país, do geladão, ou seja, no estúdio refrigerado, pela imagem da TV.
Triste. Muito triste…
Em compensação, o Flamengo é o oposto. O tempo passou igual. Também teve concorrência, mas cresceu com fantástica velocidade.

Enfim, a hora é essa!
Boa sorte, toda do mundo, para nossos craques.
E que São Judas esteja de plantão no Marrocos. Sem direito a um segundo de folga…