Gilvan de Souza / CRF

Desequilíbrio mental

São Paulo 2 x 2 Flamengo

No futebol, vontade e garra são fatores decisivos, desde que utilizados com inteligência.
Muito me impressiona o fato de profissionais calejados esquecerem a cabeça em casa ou no vestiário.
Plata é um exemplo típico. Sua expulsão — mais uma vez — definiu o jogo, deixando o Flamengo em posição delicadíssima na disputa do Campeonato Brasileiro.

Paralelo a este item decisivo para o resultado, tenho a sensação de que nosso treinador abre mão de administrar o jogo, pensando no futuro.
Que negócio é esse de tirar Arrascaeta? Independentemente do aspecto psicológico, com o time adversário ficando livre do seu maior problema, é broxante para o time — e, por tabela, para o torcedor — ficar sem quem pode desequilibrar.
Sensação de decisão tendo a futurologia como base. Mas é o tal negócio: como pensar no futuro se o presente não está resolvido?
Poupar… pra quê?

Sou profundo admirador de Pulgar, por isso estou inteiramente à vontade para dizer que a noite do nosso camisa 5 não foi das mais felizes.
Faço esta observação em homenagem ao futebol do craque chileno. Outros jogadores também não foram bem, só que deles não se espera muita coisa.

A melhor comparação nesta partida pode ser entre dois jogadores — um do Flamengo e outro do São Paulo —, ambos da mesma posição: Samuel Lino e Ferreirinha.
Os dois balançaram as redes, só que Ferreirinha foi bem o tempo todo; Lino, apenas no gol.
Não vou entrar no custo de cada um. Deixa pra lá…

Enfim, mais dois pontinhos na caixinha da Dona Leila.
Por culpa nossa.