Alexandre Vidal / Flamengo

Urgências Rubro-Negras

As inesperadas ações, somadas a ações necessárias, porém, ignoradas, fazem a chaleira do nosso futebol ferver e apitar.
Não é de hoje que muita gente clama pela contratação de um goleiro e, aqui entre nós, com toda razão. Enquanto Diego Alves estava tinindo, tudo caminhava bem. O tempo foi passando, os aniversários comemorados e os problemas físicos viraram rotina. Aí, entra aquela máxima: “quem tem um, não tem nenhum”. Na verdade, de um tempo para cá, nem este “um” temos, pois só Deus sabe se poderemos contar com Diego Alves, dia sim, dia também…
Todos os goleiros que vieram da base deixaram furos. Hugo, o mais promissor de todos, alterna defesas espetaculares, com gols defensáveis. Pode ser que venha a se tornar um grande goleiro, porém, não é, hoje, de total e irrestrita confiança.

Enquanto muitos pediam a contratação de um baita goleiro, é anunciada a contratação, em definitivo, de Andreas, com o Flamengo pagando próximo a cem milhões de reais por setenta e cinco porcento dos direitos econômicos.
Esta notícia gerou duas importantes discussões:
1 – Andreas vale isto tudo?
2 – Por que não foi contratado um goleiro, necessidade urgente do time?

Um querido amigo, profundo conhecedor dos nossos bastidores, indignado, levanta tema interessante. Como pode Andreas custar mais do que custou Gabigol?
Lembra meu amigo que a comparação, se enveredada pelo aspecto técnico, é verdadeiro absurdo. Gabigol foi protagonista de dois Campeonatos Brasileiros e uma inesquecível Libertadores, enquanto Andreas ficou marcado por lance patético, que nos custou a última Copa Libertadores.
Independente de tudo isto, acho Andreas um jogador mediano, que jamais será um grande desfalque quando não puder jogar.
Em síntese, este dinheiro poderia ser bem melhor empregado, pois temos carências óbvias, no gol, na zaga e nas duas laterais.
Nosso adorável Carlos Egon não se conforma – e com toda razão – do Flamengo não ter contratado Ivan, goleiro da Ponte Preta, que acabou no Corinthians.

Na zaga, infelizmente, Rodrigo Caio se tornou enorme dúvida. Conseguirá ele superar o problema no joelho?
Como Rodrigo Caio é nosso único zagueiro muitíssimo acima da média, contamos apenas com zagueiros medianos, incluindo-se Fabrício, recém-contratado ao Bragantino.

Na lateral direita, sobra saúde e falta futebol. Na esquerda, o tempo se tornou vilão do cracaço, aço, aço, Filipe Luís que, tem como alternativas, Renê, que não anima ninguém, e Ramon, uma incógnita.

Do meio, a partir de Arão para frente, temos muitos recursos, todos com muita qualidade. Nossa sala de jantar é magnífica, porém, a cozinha precisa de urgente reforma. E, como é de domínio público, obra custa caro…

Desperdiçar dinheiro, ante flagrante necessidade de reforma da cozinha, pode nos custar o ano…