Explicações e irresponsabilidade

Treino do Flamengo – 8/5/18 (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo) Kléber Leite

Em todas as rodas de conversa nos botecos, no rádio, na TV, na Internet, enfim, em tudo que é lugar, se discute a subida de produção do time do Flamengo e, curioso que, em cada local de “discussão” há um motivo colocado em destaque.

No Globo.com, a ascensão é atribuída, prioritariamente, ao posicionamento de Lucas Paquetá, jogando como segundo volante. Claro que, pela idade – e até pela característica de ter maior mobilidade do que Diego – estava na cara que, nesta função, Paquetá iria contribuir mais do que o nosso camisa 10.

Aliás, não é de hoje que estamos aqui no blog, eu e um mundo de companheiros, alertando que Diego estava jogando demasiadamente recuado, longe da área adversária e que, o ir e vir permanente, isto é, beijar o pé e o pescocinho da girafa várias vezes, não era compatível com a idade de Diego e que, mais próximo ao gol adversário renderia muito mais.

Dé, “o Aranha”, figura querida, atribui a subida de produção do time à saída de Éverton 22. Na opinião dele, os rubro-negros deveriam agradecer ao São Paulo, pois a saída de Éverton não deixou outra saída para o treinador (?), senão escalar o melhor time possível.

Anotei outras opiniões, como a de que Cuellar – para muitos, o melhor volante em atividade no Brasil – é o grande responsável, pois praticamente sozinho, segura a barra de uma defesa que tem seus pontos vulneráveis.

Há também quem não esqueça do goleiro Diego Alves que, finalmente, engrenou e passou a pegar as bolas possíveis e também as impossíveis. E, para finalizar, os mais pessimistas afirmando que até agora nada pode ser concluído, pois só pegamos “galinha morta”.

Resumo da ópera: Cada um com o seu enfoque, mas o mais próximo da realidade está na soma de tudo que foi comentado. Há pertinência em cada uma destas colocações.


O país está mergulhado em um mar de irresponsabilidade, onde a “delação” virou moda. E, esta não é a discussão. O que levanto aqui é que o “produto” de qualquer delator só deveria se tornar público a partir do momento em que provas irrefutáveis fossem confirmadas.

Na política, ou melhor, com uma política sendo a vítima num caso de polícia, um delator que sequer sabemos quem seja e, sem que qualquer prova tenha sido apresentada, já jogou às feras um outro político, também vereador – como era a vereadora covardemente assassinada. E se o cara que foi citado, com fotos em todos os jornais, não tiver nada com isto? Quem conserta esta execração pública?

Alexandre Campello, presidente do Vasco. (Foto: Agência O Globo) Umanizzare

No futebol, algo parecido. O presidente do Vasco é acusado de surrupiar a renda de um jogo e levar o dinheiro para casa, além de usar o dinheiro da venda de Paulinho em benefício próprio. Acho que a irresponsabilidade é algo contagioso, pois passou a fazer parte do nosso dia a dia, virando rotina e algo absolutamente comum.

Não conheço o presidente do Vasco. Custo a acreditar que o dirigente de um clube, com a grandeza do Vasco da Gama, tenha surrupiado a renda de um jogo e levado o dinheiro pra casa. Idem com relação aos recursos provenientes da venda do jovem Paulinho. Isto, é o que penso, eu e certamente mais algumas pessoas.

O problema, é que o momento que estamos vivendo leva muita gente a concluir, mesmo sem ter maiores informações ou qualquer prova apresentada, que o acusado do dia é mais um ladravaz. Quanta irresponsabilidade…

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