Procissão ou enterro?

(Foto: Alexandre Schneider/Getty Images)

(Foto: Alexandre Schneider/Getty Images)

Muitos dos que não gostam do sistema de pontos corridos, para sintetizar o que pensam, se referem a este Campeonato Brasileiro como “procissão”. Agora, para aqueles que não têm nenhuma perspectiva, nenhuma esperança, a sensação não é de procissão, e sim, de um interminável enterro.

Hoje, vendo Flamengo x São Paulo, me senti no velório, imaginando o quanto será longa esta caminhada até o último jogo. Realmente triste e, já no primeiro jogo, fica claro que as possibilidades de sucesso são remotas. Sofrimento anunciado é dose! Imaginar que estamos em maio e que este campeonato vai até dezembro, é de lascar…

Agora, aqui pra nós: quando a solução passa a ser um jogador que completará 33 anos daqui a dez dias, e que veio do Bangu, esperar o que?

Triste a coletiva de Vanderlei, achando normal o Flamengo perder para um time pronto, como o do São Paulo. Será que estou ficando maluco? Será que ouvi mesmo isso? O São Paulo entrou em campo com um time de reservas que, provavelmente nunca tinha sequer treinado junto.

Basta desta ladainha da diretoria afirmando que não contrata em respeito ao orçamento. O Flamengo, ao longo da sua história centenária, até por uma opção cultural onde o futebol sustentou os esportes amadores e a parte social, sempre teve problemas financeiros e, nem por isso deixou de procurar o caminho das vitórias. E quem disse que somente com dinheiro em caixa se contrata? Posso citar aqui inúmeras contratações sem que um único centavo fosse retirado dos cofres do clube. Para não ser cabotino, cito um exemplo de um coirmão que está aqui ao lado, nas Laranjeiras. Surgiu para o Fluminense uma única situação para contratar o genial Rivelino e, naquele momento, o dinheiro em caixa era insuficiente. Como era pegar ou largar, o cheque foi entregue garantindo a transação, cheque este que só foi ficar “robusto”, dois dias depois. O problema é que não se fabrica Francisco Horta com tanta facilidade. Raro talento e muita ousadia, exatamente o oposto do que ocorre hoje no Flamengo, onde a falta de carisma, o não saber pensar do tamanho do Flamengo, a pouca inspiração e o marasmo, imperam.

A pior coisa da vida é não se ter esperança. E este é o sentimento do torcedor do Flamengo.

Chega de conversa fiada. Isto não é o Flamengo.