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Que país é esse?

No Brasil, realmente, o jogo é proibido?
Muita gente bate com orgulho no peito e diz: “aqui não! Jogatina, aqui não!”
Os cassinos foram fechados faz tanto tempo que é difícil alguém que seja brasileiro e não tenha cruzado nossas fronteiras, haja entrado em um.
Houve, por um tempo, a febre dos bingos que, em um abre e fecha jurídico, acabou sendo sepultada.
Há, porém, as loterias das mais variadas. Da esportiva à mega-sena da virada.

De um tempo já bem razoável para cá, estamos sendo invadidos, pela manhã, tarde, noite e madrugada, em nossas casas pelas tais Bets em campanhas publicitárias bilionárias, em que Coca-Cola, Ambev, Visa, Bradesco, VW e outros gigantescos anunciantes são engolidos pela volúpia financeira das empresas e “empresas” de apostas.
A diferença básica no que acabo de colocar está no fato de que, cassinos e bingos, enquanto viveram, estiveram dentro da legalidade, pagando impostos e gerando empregos.
O “X” da questão, o que separa passado e presente, reside exatamente aí. Como é que empresas e “empresas” anunciam e promovem algo ilegal utilizando os principais veículos de comunicação do país, patrocinam os clubes gigantes do nosso futebol e invadem os nossos estádios, com a indiferença da CBF, entidade mater do futebol brasileiro?
Não estariam todos sendo, no mínimo, lenientes com este “lesa pátria?”
Entendo o ditado nordestino que diz: “farinha pouca meu pirão primeiro”. Tudo bem se for farinha, mas se for da mesma cor e a lei não permitir, é crime!!! Como é que algo não regulamentado, portanto ilegal, movimentando bilhões, consegue penetrar em veículos de comunicação, clubes e entidades, induzindo para o jogo, em flagrante ilegalidade?

Este escândalo no futebol que toma conta do país merece uma análise mais profunda. Não pode ficar resumido em se identificar quem corrompe e quem é corrompido nas partidas de futebol. Quem oferece vantagem e quem aceita cometer um pênalti. Isto é apenas uma das consequências deste triste filme. Antes dos atores há os financiadores, diretores e produtores.
Este tema sim merece uma CPI, tamanho o prejuízo, social, moral e financeiro para o país.