(Reprodução da internet)

Vidro embaçado

O Flamengo é uma Ferrari último tipo e nós estamos dentro dele. O carro, maravilhoso. Lá fora, aquele delicioso sol de inverno que aquece, mas não castiga. O céu, lindo! A nuvem mais próxima foi avistada na Patagônia. Só há um inusitado problema: o vidro do nosso carro, ou seja, o Flamengo, está, sabe-se lá por que, embaçado e, apesar de ser uma Ferrari, inexplicavelmente, o para-brisa não consegue eliminar este simples problema

Primeiro foi a briga com a Globo. Depois a cobrança inoportuna de 10 reais para a torcida ver o jogo em uma plataforma confusa. Aí vem a história do interesse do Benfica no doce Portuga. Em meio a esta indefinição a perda da Taça Rio, nos pênaltis, para o Fluminense.

Ainda sem possibilidade de acordo para duas transmissões decentes nos dois jogos decisivos, o noticiário dá conta de que o Benfica voltou à carga e que Jorge Jesus irá após o campeonato.

Há duas vertentes com relação ao comportamento do Flamengo neste episódio do interesse do Benfica pelo nosso treinador. Há quem seja da opinião de que o treinador já deveria ter sido chamado para um papo franco. “Como é isso? Que negócio é esse que todos estão comentando? Isto existe? E o seu contrato conosco, como é que fica?”

Há, porém, quem pense diferente e, este é o caso do nosso vice de futebol, Marcos Brás, que, de forma pragmática, baseado no contrato vigente que vai até o meio do ano que vem, entende ser fora de propósito provocar este tipo de diálogo com Jorge Jesus.

O problema que vejo nisso é a possibilidade dos jogadores estarem sendo envolvidos de alguma forma, pois, como não são robôs, têm sentimento e são bem informados, além de viverem declarando amor ao Mister, tudo isto, pode sim, estar tirando o foco da moçada.

Outra coisa: não me sai da cabeça a curiosidade em saber o motivo dos dois jogos finais contra o Fluminense serem disputados no domingo e quarta-feira, e não em dois domingos, afinal o Campeonato Brasileiro só começa no dia 9 de agosto.

Só consegui apurar que assim foi por escolha do nosso pessoal do futebol. Como só apurei o milagre, continuamos sem saber o nome do santo e a sua explicação para o milagre…

Há algumas hipóteses: a primeira, pelo fato de o time do Fluminense, que não teve tempo suficiente de treinamento, possa sentir o repuxo e, pifar fisicamente.

A outra possibilidade é a pressa em terminar logo o campeonato. Neste caso haveria – está na cara – uma folguinha, até a retomada para o Campeonato Brasileiro. Aí cada um poderia ir para onde bem entendesse. Inclusive, para Lisboa…

Muito difícil para quem está do lado de fora saber da temperatura real dos jogadores, mas arriscaria dizer que a pior alternativa é tentar empurrar com a barriga, pois a dúvida continuará latente. O momento pede um papo franco, leal – diretoria, comissão técnica e jogadores – para que tudo fique claro e que se possa pensar, exclusivamente, na final do campeonato.

Será tão difícil desembaçar o vidro de uma Ferrari?