O fim da malandragem nas Copas

O tal árbitro de vídeo, com a sua já famosa sinalização retangular, avisando que a decisão foi tomada pela imagem da TV, está programado para decretar o fim da malandragem no futebol.

Não há, com tanta tecnologia, a menor possibilidade de qualquer lance passar batido.

Este tema é muito mais profundo do que se possa imaginar e, tem abertura para uma dezena de situações.

Voltando no tempo, se lá atrás houvesse o árbitro de vídeo, na Copa de 66 a campeã poderia ter sido a Alemanha.

O genial gol de gelo, do endiabrado Dé, não faria parte do folclore do futebol, pois teria sido anulado.

A famosa cotovelada de Pelé certamente teria representado a expulsão do Rei do Futebol.

O pulinho de Nilton Santos, na Copa de 62, para fora da área, teria sido em vão…

Há muitos mais lances que aqui poderiam ser citados, mas o que apresentei já deixa claro que a malandragem já era…

Bom ou ruim? Pelo romantismo e para os saudosistas, o corte na malandragem pode ser comparado ao futebol sendo mutilado.

Para os pragmáticos, o importante é preservar a verdade e, ponto final.

Se isto for analisado pelo lado técnico, pela beleza do espetáculo, será, sem dúvida, uma ação a valorizar os jogadores mais talentosos, pois ante “tanto olho”, os botinudos não vão arriscar.

Tudo isto aí, na Copa está garantido, até porque, dinheiro não é problema para FIFA.

O problema será para quem não puder bancar o fato novo. Hoje, no programa “Redação Sportv”, o talentoso André Rizek anunciou os números que a Conmebol diz gastar, por jogo, para ter o árbitro de vídeo: 500 mil reais.

Caramba, se os clubes estão discutindo quantia infinitamente menor para jogar no Maracanã, como bancar o árbitro de vídeo e suas parafernálias?

E nem estou falando em segunda, terceira e quarta divisões…

O resumo da ópera é que a malandragem terá um corte parcial. Quem puder bancar o custo da tecnologia, malandragem fora. Quem não puder, continuará convivendo com ela.

E a Itália, hein? Pela bola sete para ver a Copa pela TV…