O jogo

Estão lembrados da história, absolutamente verdadeira, em que um grupo de rubro-negros – Márcio Braga, Michel Asseff, João Araújo e Walter Clark – foi em caravana fazer ver ao genial Dr. Roberto Marinho, que a TV Globo deveria pagar aos clubes toda vez que um jogo fosse transmitido?

Pois é. Esta ação, que muitos desconhecem, foi o ponto de partida para o maior item de faturamento dos nossos clubes nos dias de hoje.

Bem que Dr. Roberto tentou argumentar, dizendo que com as transmissões, os clubes além de terem suas marcas divulgadas, poderiam correr atrás de patrocinadores para seus uniformes. Claro que o argumento era pertinente, embora longe de retratar uma convivência comercial justa.

Como “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, Dr. Roberto Marinho acabou capitulando. Resumo da ópera: todos felizes e ganhando cada vez mais.

Há no ar, em 2020, algo parecido. Lembram que contei aqui, que recebi um telefonema da França, em que o propósito era saber a minha opinião se o Flamengo poderia vencer o Racing, em Buenos Aires? A intenção de quem estava do outro lado da linha era pesquisar, pois iria fazer sua aposta, arriscando seu dinheirinho.

Hoje, soube que até os jogos da segunda divisão do Campeonato Carioca são inseridos nas muitas redes de apostas mundo afora. E, o esquema é tão profissional que, para cada jogo não televisado há um representante da empresa de apostas, muitas vezes, se passando por jornalista.

Há muito que se discutir sobre o tema, porém,  quero dar a largada no mais importante. Como é que estas empresas, que são até grandes anunciantes de importantes canais de televisão, ganham fortunas incalculáveis utilizando os clubes e, nada pagam por isso?

Os grandes clubes sempre levarão vantagem, pois com marcas confiáveis, os apostadores se sentirão seguros para fazer uma fezinha…

Cheiro de mina de ouro pintando no mundo da bola.

A hora é essa!