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Já vai tarde

Em se tratando de Flamengo, poucas vezes o título do post foi tão pertinente.

Tenho respeito a todo profissional, porém, estava mais do que na cara, por uma quantidade significativa de motivos, que a passagem de Vítor Pereira pelo Flamengo terminaria em quase tragédia grega, afinal, não consigo lembrar de nenhuma derrota que tenha sido mais acachapante, pois fomos, literalmente, atropelados. Perder faz parte do jogo, embora conflitante com o nosso DNA. O que o torcedor do Flamengo não admite é ser humilhado, o que poderia não ter ocorrido domingo passado, caso o ex-treinador tivesse colocado em campo um time mais competitivo. Afinal, com a enorme vantagem que tinha, escalar a equipe com somente dois jogadores no meio-campo (Thiago e Gerson), sendo que, nenhum deles primando pela marcação, foi dar sopa demais para o azar…

Sem nenhum saudosismo, não faz tanto tempo assim, a estratégia de jogo e a escalação, quando necessário, eram discutidas, cabendo sempre ao treinador a decisão. O saudável hábito, quando necessário, de suscitar o debate é uma enorme ferramenta para o treinador poder rever o seu conceito ou a sua escalação. Este simples exercício poderia ter evitado o mega vexame.

No jornal O Globo, o muito bom repórter Diogo Dantas aventou – pelo que deve ter ouvido na Gávea – que Jorge Jesus teria “cavado” algumas vezes, por meu intermédio, seu retorno ao Flamengo, além da citação de que não falo a mesma língua política do atual presidente do clube.
Aprendi que repórter não inventa. Repórter informa aquilo que apura, o que muitas vezes não retrata a realidade.
Com respeito e carinho, enviei a seguinte mensagem ao jornalista Diogo Dantas, para que não haja nenhuma dúvida quanto ao meu relacionamento afetivo com Jorge Jesus e político com o presidente Rodolfo Landim:

Diogo, amigo,
Como o considero um baita e corretíssimo profissional, tomo a liberdade de pontuar os seguintes itens na sua matéria no O Globo, de hoje:
1 – Jamais, em tempo algum, Jorge Jesus “cavou” seu retorno ao Flamengo, por meu intermédio ou de qualquer outra pessoa. Falo por mim e, por conhecimento de causa, por ele. Um jantar familiar não pode ser confundido com objetivos outros.
2 – Como rubro-negro e ex-presidente do clube, alertei o presidente Rodolfo Landim sobre a total incompatibilidade, falta de sintonia, entre o Flamengo, sua torcida e, provavelmente, seus jogadores, com o treinador Vítor Pereira. Que estávamos caminhando para uma tragédia. A conversa, que já tem um bom tempo, parou aí. Jamais ousaria sugerir a contratação de qualquer profissional. O próprio presidente Landim e o presidente do Conselho de administração, Luiz Eduardo Batista, o Bap, são testemunhas do que aqui afirmo.
3 – Com relação a citação de que, politicamente, não falo a mesma língua do presidente Landim, também não é bem assim. O que interfere negativamente é a injusta, irresponsável e covarde perseguição política que tomou conta do clube, na qual o presidente, ao invés de interferir e dar fim, assiste de camarote.
Qualquer outro desencontro fica no terreno mais do que normal do direito de se pensar diferente, que em nada agride ou interfere na relação.
É isso aí.
Fortíssimo abraço!

Agora, é torcer para que os nossos dirigentes encontrem a melhor solução para o Flamengo. Responsabilidade grande, pois interfere diretamente em nossas vidas.

Boa sorte para nós.