Humildade e inteligência

(Foto: Staff Images)

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Após um jejum secular no G4, estamos de volta. Com o primeiro objetivo alcançado, acho prudente juntarmos humildade e inteligência tendo como único objetivo afastar a hipótese de que esta presença no G-4 seja apenas uma “visita de médico”, isto é, bem rapidinha…

Quero fazer aqui a seguinte pergunta: O jogo de ontem, dadas as circunstâncias, com o time bem desfalcado e contra um adversário em momento de reação, se tivesse sido realizado em outro qualquer estádio do planeta, o Flamengo teria vencido? Talvez seja até difícil para quem ontem não esteve no Maracanã ter a dimensão exata do quanto o time foi abraçado, acarinhado e empurrado, por esta incomparável torcida. Aí, pode ser que alguém diga que o Flamengo tem torcedores em todo o Brasil e, com todo respeito, retrucaria afirmando que são torcidas diferentes que, em hipótese alguma, apesar da paixão ser igual, é a mesma coisa. Que, por favor, os rubro-negros que não vivem no Rio entendam que nada tenho contra o Flamengo atender o seu compromisso nacional, indo de encontro aos seus torcedores onde quer que eles estejam. Não só penso assim, como fiz assim, quando exerci a presidência. Só que, há momento para tudo na vida e, este momento para o Flamengo, pelo objetivo a ser alcançado, pede o colo da torcida Fla-Maraca. Namoro antigo, paixão antiga, casamento perfeito, glórias e mais glórias conquistadas. Muitas histórias lindas, muita energia, ao longo de 120 aninhos. Da Charanga do Jaime, ao som da Raça Rubro-Negra, o Flamengo tem tido colo. E, que colo incomparável…

Pergunta seguinte, e óbvia: Abrir mão disso não é o mesmo que arriscar o objetivo principal, mesmo que por tostões a mais?

Voltando ao jogo. Quem acompanha o blog sabe que, a meu conceito, o fator sorte é decisivo no futebol, e ontem, a sorte estava do nosso lado. Claro que, até a sorte sofre influência e, a energia contagiante da galera deve ter deixado a dona sorte sem jeito em não vir para o nosso lado. Os dois belos gols são retratos fiéis do que acabo de colocar. Embora lindos gols, São Judas, soprou…

Achei as notas dadas pelos companheiros dos jornais do Rio modestas para a bela atuação de Paulo Victor. Não foi só a defesa milagrosa no primeiro tempo. Participou do jogo, ligado o tempo todo e, às vezes, parecendo o goleiro da Alemanha, sendo um verdadeiro líbero. Notas perfeitas são as do nosso Carlos Egon, que dá aula de análise individual a cada jogo do Flamengo (leia a análise aqui).

Pará, surpreendentemente bem. Bem e, como deve ser um lateral, ousado. Quando entrou Cesar Martins, tremi na base. Adrenalina acumulada, desperdiçada, pois como o Cruzeiro forçou as bolas aérea, o grandalhão tirou todas. Muito boa atuação.

O tal pênalti que meu afilhado Roger Flores diz ter visto do Samir no atacante do Cruzeiro, sinceramente, depois de rever o lance mais de dez vezes, não achei. Aquele abraço na cobrança de córner acontece em todos os jogos, e nunca vi nenhum juiz marcar pênalti. Até o Carlos Egon achou pênalti e, em função disso, deu nota 6 para Samir. Discordo. Não houve pênalti, e Samir jogou uma partida quase perfeita.

(Foto: Staff Images)

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O que mais me deixou louco no jogo foi o fato de termos jogado quase quinze minutos no segundo tempo, quando o jogo ainda estava 1 a 0, com dez jogadores. Na minha frente, Emerson, ao tentar dar de calcanhar, sentiu puxar o músculo posterior da coxa. Tanto é que colocou a mão no local de maneira imediata. Estava na cara que tinha que sair e, por dois motivos. Para o time continuar com 11 jogadores, e para não agravar a contusão. Contusão muscular, não tem jeito. Não se briga com ela. A derrota é certa, sempre. O incrível é que ninguém se tocou e, fominha, Emerson foi ficando e, sem condições, comprometendo, pois já não acompanhava quem atacava pelo lado direito do Cruzeiro. Falta de atenção geral. Do treinador, do médico e dos demais membros da comissão técnica.

Para quem acha que Alan Patrick é o camisa 10, eu pediria calma. Como armador, tem sido muito bom, responsável pela saída de bola com qualidade. Agora, imaginar ser ele o arco e flecha do time, vai uma distância enorme. Aliás, por falar em Alan Patrick, que cartão amarelo bobo, no fim do jogo. Desfalque para a partida de domingo. Foi o terceiro…

Em contrapartida, muita gente que esteve de fora, volta ao time. Que venha a Chapecoense e, que o G4 seja para sempre.