Para viver um grande amor

Leio, ouço, vejo e torço. Esta tem sido a minha rotina enquanto a bola não rola, na expectativa de ver formada a turma que vai comandar o futebol e as consequências imediatas, geradas pelas caras novas.

Pelo que ouço e leio, a estrutura do futebol será composta pelo vice de futebol, Marcos Braz, com o “auxilio não luxuoso” do tal comitê, contando ainda um diretor remunerado, o treinador e, claro, tendo o presidente do clube como o dono deste guarda-chuva.

Pode até ser uma estratégia engenhosa, porém nela não acredito. Por que? Pelo fato de ter aprendido que sob este guarda-chuva deva haver pouca gente e, principalmente, pessoas que se queiram bem, que se respeitem, que  sejam parceiros, quase cumplices…

Convido meus amigos do blog para a seguinte reflexão, no sentido de que todos possam entender que, mesmo com recursos para se montar um time ganhador, a missão não é tão simples assim, pois as divergências no futebol são permanentes e…muitas!!!

Querem um exemplo? Aqui no blog aprendi, na convivência quase que diária, a gostar e admirar de muita gente, entre eles meu irmão de alma rubro-negra, Carlos Egon. Apesar da grande afinidade, temos divergências naturais.

Enquanto considero Diego Alves um goleiro muito acima da média e, lutaria se dirigente fosse para mantê-lo, meu irmão Carlos Egon acha Diego Alves um goleiro normal e, com certeza, não se importaria se fosse ele negociado.

Isto que aqui no blog acontece, nada mais é do que o dia a dia daqueles que comandam o futebol, onde divergir faz parte do contexto. A diferença é que, quando há amizade, respeito, carinho, admiração e cumplicidade, a divergência é superada sem que haja qualquer trauma. Ao contrário, quando se mistura “jacaré com cobra d’água”, sempre haverá alguém achando que saiu perdendo, que foi desprestigiado e até, desculpem o termo, sacaneado…

Sem querer ser saudosista, em passado recente, onde os problemas eram muitos e as conquistas também, o guarda-chuva, respeitoso, do então presidente Márcio Braga, abrigava a mim, Eduardo Manhães, Isaias Tinoco e o treinador. Evidente que, na sequência vinha toda a estrutura do departamento, mas as grandes decisões, aquelas importantes, eram tomadas, exclusivamente, embaixo daquele guarda-chuva.

Pouca gente, porém, sobrando amizade, companheirismo, respeito, lealdade e cumplicidade. Digo isto com certo receio de que alguém possa entender como cabotino.

Tenho a certeza de que o risco valerá a pena se no futuro as pessoas entenderem que o futebol requer, acima de tudo, simplicidade. E, mesmo assim, depende…. pois como disse o poetinha do povo, Vinícius de Moraes, em seu poema “Para viver um grande amor”, … “mas tudo isso não adianta nada, se nessa selva escura e desvairada, não se souber achar a grande amada, pra viver um grande amor” …

E, a grande amada, transportada para o futebol, pode ser o craque que resolve, o treinador genial ou, preferencialmente, os dois juntos.