(Foto: André Durão)

A hora é essa!!!

A grande verdade é que a personalidade de Jorge Jesus, assumindo liderança inquestionável no futebol do Flamengo, protelou por mais de um ano a nossa verdadeira cara.

Antes, o doce portuga jogava nas onze. De porteiro a presidente, passando por treinador, nutricionista, psicólogo, marqueteiro e, até jardineiro, JJ era tudo e, competentíssimo em tudo.

Quando JJ foi para o Benfica, levando com ele sua vitoriosa equipe, ficamos a pé e, pior, reféns de uma estrutura engessada, sem liderança e, consequentemente, vulnerável a qualquer tipo de crise.

O noticiário dá conta de que há uma panelinha no Ninho, tão forte que interfere em quase tudo, como os horários de treinamentos e, até na escalação.

Só quem não é do ramo pode achar que isto é novidade. Sempre que há uma liderança não definida ou fragilizada, com a cadeira desocupada, algum grupo se assanha para ocupar o lugar e, exatamente isto ocorre, hoje, no Flamengo.

O presidente, gente boa e empresário de sucesso, não é do ramo.

A estrutura montada para o futebol, deve ter sido idealizada por um gesseiro. Há um vice de futebol (Marcos Braz), que deveria ser o presidente do futebol, mas não é, pois tem um parceiro, ou vigia (Bruno Spindel) e, se não bastasse, um “conselhinho” com autoridade para vetar até a contratação de jogador. E, se ainda não bastasse, há dirigentes de outras áreas com voz e força para interferir em decisões definidas – mas não muito – pela turma do futebol.

Pergunto: esta engrenagem pode dar certo? Resposta óbvia: claro que não!

Não se pode misturar política com futebol. O conselhinho é uma forma de contemplar apoios ao presidente na última eleição. Sei de casos em que o pessoal do futebol localizava um jogador para contratar e o tal conselhinho, simplesmente, vetava. Isto existe?

Ora, se o vice de futebol não é merecedor da confiança do presidente do clube, por que empossá-lo? Novamente, o jogo político, cuja solução foi dar posse e montar uma estratégia para que jamais o vice de futebol pudesse alçar qualquer tipo de voo mais alto. O que não entendo é como alguém se submete a isto. A vaidade justifica esta subserviência absurda?

O problema crucial é que o jogador de futebol é sensível o suficiente para detectar quando a cadeira não é ocupada. Aí meu amigo, ele deita e rola, como ocorre no Flamengo.

Infelizmente, o treinador catalão e – agora – Rogério Ceni, ao invés de assumirem a cadeira desocupada, como fez Jorge Jesus, preferiram o jogo político, fazendo média com os jogadores mais cascudos. E, deu no que deu…

Sinceramente, só vejo uma solução para o nosso imbróglio. O presidente assumir, de fato, a presidência, pôr fim aos joguinhos políticos, e dar autoridade ao vice-presidente de futebol, sem qualquer tipo de interferência. E, como em qualquer empresa, terá ele que produzir resultados, caso contrário, arquibancada!!!

Desde os 19 anos convivo com jogadores de futebol. Garanto, asseguro que, a maioria esmagadora, detesta politicagem e abomina  “aspones.” Jogador de futebol precisa, gosta, de liderança definida e, claro, confiável.

Como o regime é presidencialista, a bola está com o presidente.

A hora é essa!!!


 

Recordar é viver

Recebo do meu querido amigo, extraordinário jornalista e comunicador, Gilmar Ferreira, matéria comemorativa de um dos grandes gols de placa do nosso Mengão.