(Lucas Figueiredo/CBF)

Um time de reflexões pós título

Ainda bem que o convite para pensar melhor e mais profundamente o nosso time esteja ocorrendo após mais uma volta olímpica. A turma do arco-íris, na tentativa de arrefecer a euforia rubro-negra, argumenta que título de um jogo só não é título.

Ora bolas e, quantos e quantos campeonatos mundiais de clubes foram conquistados com um só jogo? Como dizia minha avó Corina, “quem pode mais, pode menos”, ou seja, se vale com o carimbo da FIFA, por que não com o da CBF?

Aliás, este título tem muito mais valor do que o patrocinado pela Conmebol, entre o campeão da Libertadores e o campeão da Sul-Americana, em disputa absurda entre o campeão da primeira divisão continental da série A, contra o campeão continental da série B. Ridículo!!!

Ao contrário da competição promovida pela Conmebol, Flamengo e Palmeiras disputaram o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, em que todos os grandes clubes do Brasil também participaram. Duas competições com todos os grandes clubes, sendo que, uma por pontos corridos e a outra, mata-mata. Portanto, este jogo para apontar o supercampeão do Brasil, prezados amigos componentes do arco-íris, é absolutamente pertinente.

Vamos ao que interessa. As reflexões pós título, lembrando que este exercício visa, única e exclusivamente, olhar para frente sempre querendo mais:

1 – Vamos começar pelo gol. Será que alguém ainda não se sente confiante sabendo que Diego Alves é o nosso camisa 1? Tenho enorme expectativa e levo muita fé em Hugo, porém, faço a seguinte pergunta: Hoje, você fica mais tranquilo com quem no gol? Hugo ou Diego Alves? Pessoalmente, acho Diego Alves um baita goleiro e, confiabilíssimo! Diego é o presente. Neneca, o futuro.

2 – A meu conceito, Isla, no máximo, quebra um galho. Aliás, se juntarmos todos os laterais direitos disponíveis, a soma de todos ainda ficará longe de um só Rafinha.

3 – Tomara que Rogério Ceni não seja turrão. Há pessoas que quando encasquetam uma coisa na cabeça, mesmo com evidências claras da necessidade de revisão conceitual, não sei se por medo de admitir um equívoco, não dão o braço a torcer. Na realidade, nada seja mais nobre do que admitir o erro e partir para outra…

Não quero discutir se Arão como zagueiro é bom ou ruim. O que está mais do que claro é que, quando pegamos um time encorpado, o risco é grande em ter um volante na zaga e um jogador de 36 anos, Diego, como primeiro volante, onde a marcação competente é obrigatória.

Como não sou radical, admito que em determinadas situações, contra adversários que sejamos, em tese, bem superiores, possa ser uma boa alternativa. Agora, encarar time peso pesado com esta formação, o risco será sempre enorme.

4 – Repararam como Filipe Luís vem jogando bem e, não é de hoje? Pela importância para o time, há a necessidade de preservá-lo para os momentos importantes e decisivos. Todo jogo “meia boca”, o nosso craque deveria ser poupado, até porque o reserva imediato, Renê, pode não ser uma Brastemp, mas dará conta do recado.

5 – Cada vez mais tenho a sensação de que Gerson, com a entrada de Diego, passou a gastar muito mais energia para destruir e, consequentemente, está faltando para criar. Há ainda a queda de produção de Éverton Ribeiro que, antes do Covid, corria e participava muito mais do jogo.

Alguns especialistas afirmam que há jogadores que demoram um bom tempo para se recuperar totalmente. Pode ser que isto se aplique a Éverton Ribeiro, até porque, craque não esquece de jogar bola…

6 – Numa dessas reuniões de comissão técnica após um jogo em que tivemos um jogador expulso – e isto vinha se repetindo além da normalidade -, resolvemos tornar hábito na roda de vestiário que antecede as partidas, como ultimo lembrete, a necessidade de terminar a disputa com onze. Incrível que, esta simples prática reduziu drasticamente o número de expulsões.

Lembrei disto para sugerir que, quando houver jogo que tenha VAR, que isto seja lembrado em todos os momentos. Durante os treinamentos da semana até a hora de entrar em campo.

Um jogador com os recursos técnicos e intelectuais de Rodrigo Caio não pode cometer erro tão grotesco, como segurar pela camisa o jogador adversário dentro da área e, pior, sem que estivesse na direção do gol.

Lembrar com insistência tudo que for importante é preciso!!!!!!

7 – No dia em que Gabigol deixar ou amenizar a marrentice no vestiário, ou seja, quando tiver mais juízo, irá voando para um grande clube europeu. Por isso mesmo, pela importância dele para o nosso time, talvez seja melhor que continue assim.

Pensamento egoísta, mas verdadeiro. Que baita atacante!!! Que azougue para qualquer defesa!!! E, além de tudo, carismático!!! O nosso marketing, muitíssimo bem comandado por Gustavo Oliveira, tem a noção exata da importância de Gabigol, com certeza, o grande elo entre a instituição e o povão. Gabigol não tem preço!!!

8 – Com mais juízo, menos carisma, e também muitíssimo importantes, são Bruno Henrique e Arrascaeta. Já pensaram nos jogadores de defesa do time que vai encarar o Flamengo, sabedores de que terão pela frente Gabigol, Arrascaeta e Bruno Henrique?

Para nossa sorte, também são touros premiados. Saúde tinindo e jogando sempre.

9 – Olhando para o banco, Pedro surge com estrela maior. Importante um trabalho psicológico permanente para que todos estejam felizes. E, que nosso treinador reconsidere aquela tese de que Pedro e Gabigol não podem jogar juntos. Aliás, no intuito de ter este trio atacante – Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol – nos jogos mais importantes, Pedro é uma alternativa de qualidade para se poupar sempre um dos três titulares em jogos não tão complicados.

10 – Embora seja de opinião de que Michael ainda possa ser útil, entendo que por todos os motivos do mundo, o ideal seria utilizá-lo como moeda de troca, desde que, o jogador que venha faça sentido.

11- Já imaginaram Claudinho com a camisa 10, sendo arco e flecha neste time?