O poder do bom astral

(Marco Bello / Reuters)

(Marco Bello / Reuters)

Sobre a “Amarelinha”, o correto é se dizer que a transformação foi inacreditável. Da sexta colocação nas eliminatórias para a Copa da Rússia, para a gigantesca cambalhota após Tite ter assumido.

Na virada do primeiro para o segundo turno, estamos na primeira colocação. Acho que esta transformação vai muito além da comparação profissional entre um e outro treinador.

Não dá para dizer que Dunga não conhece do riscado. Dunga foi um jogador que evoluiu ao longo do tempo e, chegou ao ápice em 94 como titular absoluto e capitão da nossa Seleção, que conquistou aquela copa. Dunga era, na verdade, o treinador que também jogava.

O tempo passou e Dunga virou treinador, muito embora saltando etapas, sem experiência em clube, direto para a Seleção, o que talvez tenha tido enorme influência no seu desempenho. O dia a dia no clube ensina muito, faz com que o profissional aprenda a lidar com outro tipo de pressão e, com isso vai ganhando malemolência, jogo de cintura, paciência, sabedoria…

A diferença entre Tite e Dunga está muito mais fora, do que propriamente dentro das quatro linhas. Um bom maitre, quando você liga para fazer uma reserva, vai dizer, independente do restaurante estar ou não lotado, “venha para cá”!!!

O maitre pouco calejado, e de humor duvidoso, vai dizer: “A casa está cheia. Demora de pelo menos uma hora”! A diferença entre os dois determina o lucro ou o prejuízo da casa.

A diferença entre Tite e Dunga, passa por aí. Um, é o sorriso, a alegria, o bom humor, a esperança. O outro, o ar carrancudo, a tristeza, o péssimo humor, a tragédia anunciada…

Não sei se Dunga vai mudar como ser humano. Não que seja ruim. Apenas, incompatível para a função de treinador.

Tomara que mude, pois o conhecimento sobre o tema, ele inegavelmente tem. Agora, que este Tite é um craque, não há nenhuma dúvida. Craque, 24 horas por dia. Como profissional e como ser humano. Um ser humano adorável!!!

Muitas vezes ouvindo e vendo Tite, lembro de Oswaldo Brandão que, conhecia de bola como a maioria dos profissionais. A diferença estava na alma. Brandão, era um ser iluminado. Os jogadores jogavam por ele.

Tite, pelo jeito, caminha pela mesma estrada.