(Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)

A estranha negociação com o “doce Portuga”

Se a premissa para qualquer planejamento no futebol é a definição do treinador, esta arrastada novela sobre a renovação de Jorge Jesus contraria o bom senso.

O vínculo do Flamengo com o treinador vai somente até a metade do primeiro semestre, o que convenhamos, deixa o clube em situação delicada.

O que não entendo é o tal do “gelo na veia”, isto é, ter sangue frio para uma situação como essa em que, seja qual for a decisão, deve ser tomada agora, visando o trabalho ao longo do ano.

O comentário é que Jorge Jesus trabalha com a possibilidade de ser convidado para dirigir um grande clube europeu, exatamente no meio do ano. Ao Flamengo, restam duas alternativas. A primeira, pagar para ver, ou seja, correr o risco. A segunda, exigir uma definição imediata de Jorge Jesus e, se a resposta for negativa, partir para outro treinador.

As duas possibilidades são reais e, somente quem está lá dentro com a mão na massa, que tem a intimidade necessária com o treinador, pode optar entre uma estratégia e outra.

Tomara que Jorge Jesus tenha sensibilidade para entender que, o que o Flamengo paga para ele e sua comissão técnica foge à normalidade no futebol sul-americano. Que não seja este o entrave para o acerto, até porque, com o elenco que dispõe, Jorge Jesus pode repetir em 2020 a premiação de dois milhões e meio de euros pelas conquistas do Brasileiro e da Libertadores.

Este ano, além do Brasileiro e da Libertadores, há o Campeonato Carioca, Recopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Copa do Brasil e… Mundial!!!

Como sabiamente dizia minha avó Corina, que o nosso competentíssimo e doce Portuga não esqueça que, “quem tem olho grande não entra na China…”

E Jorge Sampaoli, já foi para algum clube?