Bebeto de Freitas

(Foto: Bruno Cantini/ Atlético-MG)

Na semana passada, jantava com meu amigo Luiz Guilherme Barbosa em um restaurante na Lagoa, quando chegava, acompanhado de sua mulher, meu querido amigo Bebeto de Freitas.

Após longo e afetuoso abraço, retrato da nossa amizade, do respeito mútuo e da saudade, o futebol foi o tema e, em meio ao papo polêmico, brinquei, dizendo que não deveríamos ir para o voto, pois como sempre, o Flamengo seria maioria. E, também, como sempre, lá se foi Bebeto resmungando e dizendo para quem quisesse ouvir que, torcer pelo Flamengo era falta de imaginação…

Hoje, no mesmo restaurante, almoçando com o nosso pessoal da Klefer, e com o meu afilhado Roger Flores, recebi a triste notícia do falecimento do meu amigo Bebeto.

Caramba, estive com ele aqui, poucos dias atrás… foi o que me veio à mente e a inevitável conclusão de que a vida é um fiapo.

Bebeto foi um ser humano cuja principal virtude foi nunca abrir mão e, lutar pelas suas convicções. Não era para a maioria das pessoas uma seda no trato, mas colocava no colo os amigos de verdade.

No esporte, um baita triplo vencedor, como atleta, treinador e dirigente. Foi campeão em tudo, graças ao seu talento, disciplina, carisma e liderança.

Certa vez, decidimos levar um Flamengo e Botafogo, partida válida pelo Campeonato Brasileiro, para Fortaleza. Um sucesso! Colocamos 105 mil pessoas no estádio e, louco ele ficava quando eu dizia que eram 100 mil rubro-negros, 4 mil curiosos e mil botafoguenses…

Neste dia, saímos do estádio às três da madrugada. Percebemos que estávamos sendo enrolados na arrecadação e, juntos, partimos para a briga. E, a cada berro que dávamos, chegava um saco de dinheiro…

Época fantástica, em que a rivalidade era só dentro do campo. Fora dele, amor, carinho, respeito e camaradagem.

Lá se foi um dos grandes do esporte brasileiro. Se lá em cima houver reencontros, desse não abro mão.

Até um dia, Bebeto, querido amigo.