Passando do ponto

(Foto: Getty Images)

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Aprendi com os meus mestres de vida que a vaidade dentro de um certo limite, é até saudável. O problema é quando passa do ponto…

Leio estarrecido que o procurador do TJD, cujo nome não sei (vou apurar) e, talvez aí esteja o ponto crucial da questão, vai denunciar o zagueiro Wallace, do Flamengo, por declarações desrespeitosas ao árbitro do jogo de ontem. Segundo o procurador geral do TJD-RJ, André Valentim (acabo de apurar o nome), as declarações de Wallace foram desrespeitosas e, somente aguarda ele o recebimento da súmula para entrar com a denúncia. Vamos ao desabafo de Wallace: “O que se fez hoje foi uma molecagem. Não estou falando que houve favorecimento, mas ele tem que ser imparcial. Falta que deu lá, ele tem que dar cá”. Isto me remete ao depoimento de Vanderlei Luxemburgo que foi punido por dizer que a imprensa deveria ”dar porrada” na Federação. Ora, todos sabem que o “dar porrada” quer dizer “criticar” a Federação. Nada além disso.  Da mesma forma a “molecagem” poderia ser “sacanagem”, “estar de brincadeira”, e por aí vai… Para tornar ainda mais claro que nada houve de desrespeitoso no depoimento do zagueiro do Flamengo, a sequência da frase o absolve: “não estou falando que houve favorecimento”. Wallace se referiu apenas a uma possível falta de critério. Onde está o desrespeito?

Ou será que não se pode comentar se houve ou não critério nas decisões de uma arbitragem? De minha parte, considero Wallace um bom zagueiro e um péssimo analista de arbitragem. Na verdade, se houve algo positivo na arbitragem de ontem, foi o critério. Como na primeira falta violenta, que merecia expulsão, ele deu cartão amarelo, todas as outras, inclusive as também violentas, mereceram o mesmo cartão amarelo.  Desta forma, o máximo que o procurador do TJD deveria fazer, era propor um curso intensivo de análise de arbitragem para o jogador do Flamengo. De resto, querer aparecer, também requer um mínimo de talento e senso de oportunidade…