Perguntar não ofende

(Foto: Gazeta Press)

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Assisti a uma coletiva do goleiro Cássio, do Corinthians, em que, se já era admirador, fiquei ainda mais. Quando o entrevistado é bom, tudo flui de modo natural e, neste caso, mais ainda pelo fato de Cássio ter sido sincero e direto, admitindo problemas pessoais que interferiram diretamente no seu rendimento, a ponto de ter perdido temporariamente a posição de titular, agora recuperada. Aliás, aproveitando este gancho só para dizer que quem comanda o futebol de um grande clube tem que ficar ligado 24 horas por dia, inclusive dormindo…

Neste momento de turbulência por que passou o goleiro – que na opinião de Tite é o melhor do Brasil – pintou a oportunidade para algum clube, necessitado de um grande goleiro e com pinta de ídolo, partir para cima e tentar a contratação. E, aconteceu. Lá pelas tantas na entrevista coletiva, Cássio afirmou que houve a proposta de um grande clube brasileiro, mas que este clube e o Corinthians não chegaram a um acordo. Fiquei louco duas vezes. Primeiro de curiosidade, para saber que clube era esse e, torcendo para que tivesse sido o Flamengo e, depois, louco de raiva, pelo fato de nenhum repórter, na sequência, ter feito a pergunta óbvia e obrigatória. Por incrível que pareça, nenhum repórter sapecou: “Qual foi o clube?” Meu Deus…

Como fiquei intrigado, comecei a fazer um exercício na tentativa, através da coerência, de descobrir o tal clube. Como era uma contratação de peso que exigia investimento, e pelo fato de Cássio ter dito que era um grande clube brasileiro, concentrei as minhas energias no eixo, Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. Eliminei Palmeiras, Fluminense, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético, Inter e Grêmio. Em síntese, sem medo de errar, entre Flamengo, Santos e São Paulo, o clube que correu atrás de Cássio, em clara demonstração de bom gosto e de senso de oportunidade.