Tudo que vai com muita força ao coração estará sempre vivo em nossa memória. Neste 13 de dezembro estamos comemorando 40 anos da mais expressiva conquista da paixão que nos une. Após o Santos de Pelé – ponto fora de qualquer curva – um clube brasileiro, finalmente, conquistava o mundo.
A viagem para Tóquio ocorreu no embalo de uma grande conquista. Naquela época, o Campeonato Carioca tinha incomum interesse, onde – ao contrário do que ocorre hoje – os três adversários ofereciam muita resistência. A prova disso é que precisamos ir ao terceiro jogo contra o Vasco para dar a volta olímpica. No embalo daquele 2 a 1, fomos para o Japão, atrás da verdadeira glória eterna.
O Rádio, no início dos anos 80, era um verdadeiro canhão de audiência. Era repórter da Rádio Globo e, graças ao talento comercial de Waldir Amaral, nossa equipe viajou para Tóquio, via Londres, pela British Airways. Nunca havia frequentado a primeira classe de qualquer empresa aérea. Imaginem que estreia espetacular!!! Indo para o Japão, sonhando com o Flamengo Campeão do Mundo e, na primeira classe de um avião inglês…
Os narradores foram Jorge Cury e Waldir Amaral. Ruy Porto, o comentarista, eu, o repórter, e João Fogueira, o engenheiro de som.
Em Tóquio, ficamos no mesmo hotel do Flamengo, o Grand Prince Hotel Takanawa, com seus laguinhos artificiais, lotados de peixinhos vermelhos que Peu, até hoje, acredita que eram movidos a pilha.
Curioso que, mesmo na Rádio Globo, por uma questão de melhor divisão dos apartamentos, acabei dividindo o quarto com Doalcey Camargo, chefe e locutor principal da Rádio Tupi. Dei sorte na vida, pois no Rádio tive dois pais, Dodô e Curi, e três irmãos: Ronaldo Castro, Loureiro Neto e Fernando Versiani.
O que me chamou a atenção no jogo, quando da entrada dos times em campo, foi o modo, com total ar de superioridade com que os jogadores ingleses olhavam para os nossos craques. Júnior foi o primeiro a se dar conta disso e, com os ingleses não entendendo nada do que falava, insuflava o nosso time.
Não houve jogo, e sim, meio jogo, pois com os ingleses atônitos, sem que entendessem o que estava ocorrendo, tudo estava definido nos primeiros 45 minutos, com o clássico placar de 3 a 0 e uma notável atuação de Zico.
Jorge Curi, que narrou o primeiro tempo, tirou a sorte grande. Até hoje, mundo afora, seu vozeirão emociona os rubro-negros. Waldir Amaral levou um susto, quando lá pelos trinta minutos do segundo tempo, após detalhar uma jogada de Zico, sapequei: “MENGÃO CAMPEÃO DO MUNDO TRÊS… LIVERPOOL… ZERO!!!”
Waldir, extraordinário chefe de equipe, gostou do “risco calculado”, foi no embalo e daí em diante foi de MENGAO CAMPEÃO DO MUNDO até sua última transmissão.
Sem nenhuma dúvida, meu momento mais feliz no futebol foi quando o juiz mexicano apitou o fim daquele jogo. Com o coração saindo pela boca, com enorme vontade de chorar de tanta alegria, consegui, na medida do possível, segurar a onda e ser a ponte entre nossos ídolos eternos e nossa torcida. Momento de glória máxima, como rubro-negro e como profissional.
Duas entrevistas muito me marcaram. Com Zico, sempre o primeiro a quem entrevistava e, por quem torcia como se o Flamengo fosse ele, e com a loucura do presidente Antônio Augusto Dunshee de Abranches, que invadiu o campo com a bandeira rubro-negra, deixando o coração falar, representando todos os arquibaldos e geraldinos rubro-negros (foto abaixo).
Que dia fantástico!!! Meu Deus, quanta alegria!!!
Parece que foi ontem…
Querido irmão.É impressão minha ou o Presidente novinho sem que se amplie a foto não lembra o nosso Versiani?
Prezados,
Nasci em 1987, nunca vivi essa emoção… E como foi a repercussão dessa vitória nas ruas???
Sempre ouvi que por aqui – no Brasil- não se dava muito crédito para Libertadores e Mundial, como ocorre hoje.
Pura verdade, meu querido presidente 👏👏
Bjs no coração!
Saudações Rubro-negras!!!
Diego,amigo,
A paixão é a mesma. Sempre foi a mesma. O que aumentou foi o número de apaixonados.
Acabo de ouvir relato do Heraldo Leite, em 81, repórter da Rádio Nacional, escalado para cobrir a festa rubro-negra na Cinelândia. Resumo da ópera: ele ficou preso no meio da multidão, só entrevistando onde o braço pudesse alcançar.Quase foi esmagado…
Forte abraço!
Caros colegas, tinha 12 anos na época e foi uma alegria muito grande. O amor pelo Mengão fortaleceu ainda mais. Apesar do nível do futebol ser acima da média, o nosso era espetacular. Fico puto da vida quando querem comparar este time com o de 2019, ou comparar qualquer jogador daquela época com os de hoje. Como disse o nível era outro e o nosso time era a base da seleção de 82, sem Tita, que ficou de frescura e não quis jogar na ponta aí Telê o tirou. A libertadores não tinha a visibilidade de hoje e os times de fora intimidavam. Que saudade de Jorge Curi, Valdir Amaral, Kleber Leite e Loureiro Neto esses caras colocavam emoções no jogo,numa época que poucos jogos passavam na televisão e o rádio era o nosso companheiro. Saudações rubro negras.
Foi o momento mais marcante da vida do Flamengo. Aquele time era a perfeição. Montado na adm Marcio Braga e com o saudoso Coutinho como tecnico, tudo era proximo da perfeição. Quando Carpegiani assume no lugar de Coutinho, tudo continuou maravilhoso. Uma equipe que tinha Raul, Leandro, Junior, Andrade, Adilio, Nunes e o genio Zico, era unico.
Lembro como se fosse hoje, estávamos assistindo esse jogo na casa de meus pais, zona rural de uma cidadezinha pacata, conceição de Ipanema, nas minas gerais. Quando flamengo viajou para Tokio com aquela seleção. Já sabíamos que ele voltaria campeão. Obrigado amigo, por essa lembrança maravilhosa.
Amigos da GLORIOSA NAÇÃO
Me lembro como se fosse hoje que logo após o concerto da nossa orquestra, ao passar pelo Leblon a bordo do meu fusca, acompanhado pela minha então noiva – atual esposa, após 39 anos, nos deparamos com ninguém menos que Carlos Eduardo Dolabella, lendário RUBRO-NEGRO, que capitaneava comemoração como poucas vezes se viu.
SRN8
Kleber
Muito bom o texto acerca esse dia de hoje há 40 anos atrás Essa emoção nunca se esquece. A ser repetido ficará sempre em dependência de uma união de fatores a serem criados na
União de todas Energias . As mesmas que se pedem no Vestiário. Fechar o grupo em busca de bons resultados.
Kleber querido hj li uma reportagem do portsl Uol onde o Juca Kifouri cita o Zico como talvez uma possiblidade de fazer a torcida deixar o “mito” JJ de lado… Oq acharia de Zico como treinador do Flamengo?
Júnior,
Zico é único, incomparável. Ponto!
Só resta saber o que ele pensa.
Forte abraço.
Este jogo eu estava com 23 anos, vendo jogo em um bar na rua , eu não consegui assistir de tão nervoso, só vibravá c os gols , sem acreditar q estavamos ganhando do melhor time europeu de 3 a 0 ainda no primeiro tempo , eu não acreditava, que um sonho ,estava se tornando realidade, aliás esta geração comandada pelo Zico fez todos os meus sonhos se tornarem realidade, pois comecei acompanhar o Flamengo em 66 contra o Bangu, e de 66 até 78 sofri muito com nosso Mengao. Hoje aos 63 anos me considero um torcedor feliz, e quero se Deus permitir, muita saúde p ver mais.
Para finalizar, sou de Juiz de Fora, e ver um cara q joguei com ele aqui como o Andrade ser campeão do Mundo pelo meu clube de Coração foi demais. Depois do jogo em cima de Jeep saímos pelas ruas da cidade e cheguei em casa amanhecendo, e fui dormir com a certeza q não era sonho, tenho muito que agradecer a está geração.
Presidente, o Rio e o Brasil ,como afluente, tornaram-se um único e de coloração rubro negra desembocou no mar da felicidade. Nunca mais uma madrugada como aquela,nunca mais um time como aquele, nunca mais um jogador como Zico.
Caro Kleber, com esse seu texto revivi os meus 15 anos, quando aqui de Barreiras do interior da Bahia, chorei copiosamente de emoção durante a narração dos gols pelo saudoso rubro-negro Jorge Curi.
Se vivermos 1000 anos nem assim veremos um time como aquele, com aquela sintonia com a torcida, aquele amor a camisa e mais, liderado por um ser humano igual ao nosso grande Zico, craque dentro e fora de campo.
Obrigado pela emoção que senti ao ler o seu texto de uma data que igual ao 01 de junho de 1980, jamais esqueço. Abraços e saudações Rubro Negras
Eu estava em um aniversário, cheio de gatinhas. Kkkk !!! Larguei tudo na hora do jogo, e fui pra casa correndo para assistir. Depois, ainda voltei pra rua e, curti demais a comemoração. Inesquecível madrugada!!!
SRN.
Paulo,
“Eu estava em um aniversário, cheio de gatinhas.” Fez o gol no aniversário, depois partiu para ver os gols do Flamengo… kkkk
Amigos da GLORIOSA NAÇÃO
Nunca será demais exaltar aquele time fenomenal.
Gostaria de deixar uma sugestão para o Presidente KL: comentar a respeito do extra-terrestre LEANDRO. Todos sabemos tratar-se de um capítulo à parte na história do futebol, mas e quem teve a oportunidade de vê-lo nos treinamentos do MAIS QUERIDO e da Seleção?
Me lembro do Sócrates, assustado com seu talento, logo na primeira convocação para a seleção. Também da coluna do Zózimo Barroso do Amaral e até de Henri Kissinger, assombrado com o que viu no Maracanã, salvo engano num Flaflu.
SRN8
Que saudade!
Texto brilhante, KL.
Eu tinha 10 anos de idade e era absurdamente fissurado no Flamengo e no Zico (não necessariamente nessa ordem). Aqueles anos foram especiais demais…
Eu fazia escolinha de futebol de salão na Gávea. Três vezes por semana, chegava no clube cedinho, jogava minha bola, tomava banho e ia assistir os treinos do time profissional – antes de comer um misto quente no Bob’s (que ficava ali na esquina) e ia andando com mais dois amigos para o Colégio Rio de Janeiro, ali na praça do Jockey, na Rua Major Rubens Vaz.
Além da alegria suprema de ver os meus super-heróis de perto, eles também me garantiam o lanche do recreio – porque eu aceitava encomendas de autógrafos dos amiguinhos da escola. Autógrafos em troca de um cheese-dog prensado, no capricho. A missão era bem simples: só passar ali por trás da “boca maldita” e ficar na grade com cara de cachorro vira lata esfomeado. O segurança sempre deixava a gente entrar no campo pra falar com os jogadores. Tomei muito cascudo do Raul Quadros, porque ficava pulando atrás dos ídolos, enquanto ele fazia a entrevista para o Globo Esporte.
Bons tempos, muuuuuitas histórias.
EU TE AMO FLAMENGO!!!
S.R.N.8
Nada como um texto brilhante desse para nos transportar para um tempo em que existia o verdadeiro Flamengo.
Parabéns, Kleber!
Caro Kleber e amigos!
O tempo realmente é apressado.
Dia inesquecível e marcante.
O Flamengo é absolutamente magnífico para quem o ama ou para quem não o admira!
O Flamengo é a principal graça do futebol brasileiro.
SRN
Queridos, mesmo não tendo vivido essa época é impossível não sentir a emoção! Ficará para sempre marcado na história. Acho que deveria ter um evento do tamanho que essa ocasião merece.
Enquanto isso, querem renovar antecipadamente o contrato de Rodrigo Caio. Me pergunto, o que está acontecendo com o Flamengo? Lastimável!
VÃO RENOVAR ANTECIPADAMENTE COM RODRIGO CAIO! TODOS AOS BOTES!
https://odia.ig.com.br/esporte/coluna-do-vene/2021/12/6297899-flamengo-inicia-conversas-para-renovar-contrato-de-rodrigo-caio.html?utm_source=twitter&utm_medium=artigo&utm_campaign=share-article
Eu tinha 16 anos e morava em Brasília. O jogo começou pela meia e noite e encerrou-se por volta das duas horas da madrugada. Lembro-me de pegar minha bicilceta e pedalar pelas ruas com poucos veículos mas com centenas de torcedores portando camisas e bandeiras. Alguns carros desfilavam e buzinavam muito , quebrando o tradicional silêncio das madrugadas do plano piloto naquela época.
Ter o prazer de sintonizar a rádio globo em um aparelho chamado transglobe philco (que possuia 13 faixas de frequência), tornou a noite absolutamente perfeita. Meu deus campeão do mundo com Jorge Cury narrando, acho que nunca viverei uma experiência maior que essa.