Gilvan de Souza

Tiroteio perigoso

Chego de viagem e encontro um verdadeiro chorrilho de manifestos rubro-negros. Uns dez contra e, um a favor.
Como a maioria, entendo que, ultimamente, a sensibilidade de quem dirige tem andado na sola do sapato. Realmente, absurda a contratação do português genérico em detrimento do Portuga de laboratório com eficiência mais do que comprovada. Deixamos de reencontrar o paraíso pela pressa inexplicável de não esperar mais dois dias.
Pior ainda que o fato se repetiu. De novo, a aposta foi no português errado, sendo bancado a cada pífia atuação do time, enquanto o Portuga dos sonhos não sonhava em outra coisa qual não fosse voltar para o Flamengo.

Quando a demissão de Paulo Sousa foi definida e, com um século de atraso, pelo que foi noticiado a única opção era Dorival Júnior. Nada contra ele, apenas a certeza de ser um profissional correto, porém, sem o brilho tão necessário a quem tem que comandar um elenco peso pesado no mais importante clube brasileiro.

Até agora relatei o nosso passado recentíssimo. O presente, o momento e a falta de confiança, são preocupantes.
Só para lembrar, em caso de derrota para o Cuiabá, já na décima segunda rodada do campeonato, estaríamos, independentemente de qualquer outro resultado, na zona do rebaixamento. Inimaginável que, ao atingirmos quase 70% do primeiro turno, com o elenco que temos, estejamos correndo este risco.

E o que fazer? Primeiro o que a nós torcedores compete. Passar uma borracha neste passado recente, apoiar e torcer para que, com simplicidade e sem pardalismo, Dorival Júnior acerte o passo do time. E, na hora do jogo, pelo amor de Deus, vaia… zero!!!
Se não agirmos desta forma seremos cúmplices em uma derrocada histórica.
Precisamos imaginar que a vida começa para nós neste meio de semana.

E, se conselho ou pitaco vale alguma coisa, sugeriria aos comandantes do nosso futebol que, até tudo voltar ao prumo, promovam a concentração permanente, como ocorreu e, com sucesso em 2005, na Granja Comary. Se todos estiverem imbuídos do mesmo espírito vencedor, não haverá contestação. Se houver, será fácil identificar quais são as laranjas podres…

Enfim, é hora de pegada geral. Se não for assim será um tiro no pé.
Qualquer acerto de contas ou cobranças, que ocorram com inteligência e em momento oportuno, que, definitivamente, não é esse.