Papo com o presidente

(Foto: Erbs Jr. / Frame / Folhapress)

Eduardo Bandeira de Mello (Foto: Erbs Jr. / Frame / Folhapress)

Primeiro, em função de um número expressivo de solicitações de torcedores apaixonados pelo Flamengo, preocupados com o momento ruim do futebol, peguei o telefone e liguei para o Presidente Eduardo Bandeira de Mello que, em Brasília, me atendeu com a fidalguia de sempre. Disse tudo que pensava a respeito da situação atual e, como imaginava o futuro imediato. Com relação ao treinador, embora sem culpa na quantidade de contratações equivocadas, mas visivelmente desnorteado e consequentemente sem rumo, passa insegurança. Tanto é que, com o time perdendo por 2×0, nenhuma alteração foi feita no intervalo, numa situação em que vários jogadores estavam atuando abaixo da média e, um em especial, responsável pela “criação”, errando tudo durante os primeiros 45 minutos de jogo.  Deixei claro que a culpa não foi de Canteros, e sim, de quem ali o escalou. Esperar de alguém alguma coisa que este alguém não está capacitado a lhe dar, é um erro grosseiro, é loucura. Enfim, disse que a hora para mudar o rumo do barco era essa, pois agora no meio do ano, já poderia ir se montando o elenco para o ano que vem, naturalmente, primeiro definindo o comando. Nosso presidente ouviu e me respondeu, dando conta de que, na opinião dele, Cristóvão Borges não havia perdido a solidariedade do grupo, isto é, dos jogadores. Retruquei, dizendo que ele pode até ter o apoio dos jogadores, mas que os fatos demonstravam que ele havia perdido o rumo. Para finalizar sobre este tema, não pude deixar de dizer que considerava o caminhão de Cristóvão muito modesto para suportar o peso da areia rubro-negra. Ainda houve tempo para dizer ao nosso presidente que, em futebol, quanto menos gente metendo a colher, melhor. Que quando muitos interferem, como acontece com este Conselho Gestor, o resultado é o que estamos vendo.

Minha missão foi cumprida, pois pude colocar o pensamento da maioria esmagadora dos companheiros e amigos que fazem parte deste blog, para quem tem o poder estatutário de decidir.

Quase uma hora após ter conversado com Eduardo Bandeira de Mello, bati um longo papo com ilustre e brilhante figura rubro-negra, que demonstrou seu pessimismo quando falei sobre a minha conversa com o presidente. Na opinião dele, Eduardo foi mordido pela mosca azul da cadeira de presidente, e que está mais preocupado em ser solicitado para fotografias, e ir permanentemente a Brasília, do que com o destino do futebol, onde não tem nenhuma intimidade. Disse ainda que, a única solução, é se encontrar um nome entre a turma boa da chapa azul, que tenha cara e atitudes de presidente e que, principalmente, entenda que no Flamengo o futebol é prioritário.

Particularmente, como não sou masoquista, preferiria que o nosso presidente tomasse as atitudes pertinentes ao momento, que mudasse o rumo do barco e, com ações rápidas e competentes, alimentasse a alma de cada rubro-negro com a certeza de que deixaremos de ser saco de pancada, e que 2016 será completamente diferente.

A bola está com o presidente. As atitudes de agora vão definir se a bola vermelha e preta continuará com ele ou, mudará de mãos no final do ano.