Dize-me com quem andas que te direi quem és

Esta máxima popular cabe como uma luva no presidente eleito do Flamengo, Rodolfo Landim. Acabo de receber a notícia de que Landim nomeou como vice-presidente de planejamento, seu primo, Arthur Rocha.

Não vou aqui falar em nepotismo. O que não posso deixar de alertar é que Arthur Rocha é a mesma pessoa que já foi vice-presidente do clube, à época em que Márcio Braga era o presidente e, como é do conhecimento geral, em 2005, eu e Hélio Ferraz fomos convocados por Márcio Braga para evitar que a desgraça de cair para a segunda divisão ocorresse.

Lá chegando, tomamos todas as providências possíveis para reverter o quadro. Ajeitamos o lado financeiro dos atletas, trocamos a concentração, contratamos Bernardinho para levantar o ânimo da rapaziada, trouxemos um novo treinador e passamos a conviver 24 horas por dia com todos os profissionais do futebol, durante os nove jogos que faltavam. Só não contratamos reforços para o time, em função das inscrições já estarem encerradas.

Vencida esta etapa plena de êxito, começamos a planejar o ano de 2006. Aí, recebi um telefonema do então vice-presidente do clube, Arthur Rocha, que dizia ter um jogador colombiano para se integrar ao elenco. Disse a ele que não era assim que a banda ia tocar no Flamengo que nenhum jogador seria contratado sem que fosse avaliado pela nossa comissão técnica. Contrariado, pois esperava outra solução, encaminhou o histórico do atleta, que não sensibilizou nosso treinador.

O tempo passou e, uma bela tarde, liga ele para o futebol e, sem nenhuma cerimônia dizia que o jogador colombiano estava na sala dele, já contratado pelo Flamengo e que deveria eu apresentá-lo ao treinador e ao elenco.

Claro que me neguei, dizendo que fizesse ele a apresentação e que, em paralelo, faria eu uma coletiva de imprensa, contando a história. A tal figura pesou o que poderia ocorrer e desistiu de mais uma empreitada, até porque, depois do episódio da compra e venda de DIMBA, onde foi ele o mentor geral da mais estranha operação da história do Flamengo, com a credibilidade passando ao largo, melhor era não brigar…

Os fatos aqui citados podem ser comprovados com extrema facilidade, através de documentos e testemunhas, felizmente, todas vivas. Esta indicação, pelo retrospecto, deixa em dúvida qual seja o real interesse dessa nova gestão.

Na composição das vice-presidências e diretoria, há a flagrante mistura de “jacaré com cobra d’água” e, pelo visto, com as velhas e conhecidas raposas com os olhos compridos para o galinheiro…