Lobo não come lobo

A Rádio Globo da minha época era uma verdadeira usina de criatividade. As chamadas valorizavam os grandes eventos, normalmente no vozeirão do grande rubro-negro Edmo Zarife. Nos Fla-Flu’s, a chamada do jogo era sempre a mesma: “LOBO NÃO COME LOBO, FLA-FLU É NA RÁDIO GLOBO”.

Hoje, na Globo ou na Tupi, com Garotinho e Apolinho, mais um Fla-Flu e, decisivo, valendo mais um título estadual.

Naquela época nós corríamos atrás do Fluminense, que era o clube com mais títulos. No penta-tri de 2007/08/09 deixamos o tricolor para trás e, hoje, a diferença é confortável. Há quem torça o nariz para os campeonatos estaduais. Não é o meu caso.

Está é uma característica que só um país de dimensões continentais pode ter. Claro que os campeonatos estaduais estão inchados, na medida em surgiram competições com mais apelo popular e financeiro. Readequados a uma nova realidade – mais enxutos, os estaduais para uns, regionais para outros – podem se transformar em extraordinários abre alas de temporadas.

Todas as vantagens correm neste Fla-Flu em direção ao Flamengo. Temos o empate a nosso favor e, indiscutivelmente, mesmo sem Gabigol – e talvez Rafinha – um time infinitamente melhor, além de um banco de reservas poderoso, porém, como dizia João Saldanha, “o jogo é mole, mas primeiro tem que jogar”. Completo: Quanto mais em se tratando de Fla-Flu…

A tristeza fica por conta do Maracanã vazio e, exatamente aí reside o nosso maior prejuízo, pois nenhum clube, pela ausência da torcida, foi mais prejudicado pela pandemia do que o Flamengo.

Enfim, que venha o Fla-Flu e que a noite seja longa e feliz para nós.