Alexandre Vidal / CRF

Tiroteio em Renato e a polêmica de público nos estádios

Confesso a minha surpresa pela reação dos torcedores rubro-negros após a partida contra o Defensa y Justicia. A nossa vitória passou realmente longe de uma grande atuação, porém, ante tantos fatores adversos, em que os inúmeros desfalques contribuíram para a cara feia da torcida, não imaginava quantidade de críticas tão contundentes.

Tenho cá a minha visão do fato. Renato até que começou bem, abrindo mão de um centroavante fixo – Pedro -, optando por um jogador mais rápido, participativo e abusado – Michael.
Até que deu certo, tanto é verdade que Michael foi eleito pela Conmebol como “o homem do jogo”.

Renato, além de ter sido apressado e guloso na quantidade de substituições, colocou em campo jogadores que não rezam na cartilha do torcedor rubro-negro, casos de Bruno Viana, Vitinho e Piris da Motta. Fato é que as alterações produziram efeito negativo e, não fosse a espetacular atuação de Diego Alves, a vaca teria ido para o brejo…

Com tempo, Renato que é bom observador, irá assimilar o quanto é fundamental no Flamengo estar em sintonia fina com o que pensa o torcedor. Não estou aqui afirmando que Renato deva ser marionete da torcida, e sim, para lembrar que a voz do povo deve ser sempre motivo de reflexão para qualquer treinador.


Segundo tema: o nosso segundo jogo será em Brasília e, com público. Há dois aspectos que devem ser analisados.
1 – O momento é oportuno?
2 – A regra básica de qualquer atividade esportiva, que é a igualdade de condições, está sendo violada?

A minha opinião, que passa longe de qualquer influência política, é a seguinte:
1 – O momento é inoportuno. O índice de mortes ainda é grande, a quantidade da população vacinada com as duas doses ainda é insignificante e, está na área a variante Delta, que os infectologistas classificam como muito agressiva para transmissão do vírus.
2 – A igualdade em qualquer esporte é sagrada. Inconcebível em dois confrontos, um ser com público e o outro, não. Um joga no “alçapão” e o outro, não.

Aí entra a Conmebol, que como se a OMS fosse, liberou o público nos estádios.
Para o primeiro caso, fica a máxima que minha avó Corina adorava: “o apressado, come cru” …
No segundo, o do desprezo pela igualdade, apenas uma palavra: “inconcebível!!!”