A vida é um fiapo

Luizinho Campos foi um alucinado rubro-negro. Vice-presidente de comunicação e social da nossa paixão comum, durante quatro anos. Luizinho nos deixou nesta segunda-feira. Que tristeza…
Caramba, uma porrada atrás da outra…
Não adianta. Por mais que as experiências sejam acumuladas, o ser humano jamais assimilará com normalidade a perda de alguém querido.
Luizinho Campos tinha características marcantes: criativo, comunicativo, doce, sensível, bem-humorado, engraçado e amigo.
Luizinho Campos teve uma única paixão definitiva na vida: O Flamengo.

Nosso Robert Rodrigues, garimpou algumas intervenções de Luizinho Campos aqui no blog.


 
Sobre a saída de mais um técnico rubro-negro:

Sábia era minha avó, que dizia: “quando a massa do bolo desanda não tem jeito. Tem que fazer outra”. Tipo bosta de vaca: quanto mais mexe, mais fede.


 
Filosofias do Rubro Negro Luizinho Campos:

1 – Não adianta ser assistente do Einstein. Tem que ser o Einstein.
2 – Se auxiliar de arbitragem resolvesse alguma coisa, bandeirinha em vez de ficar com pau na mão ficava com apito na boca.


 
Abatido pela recente barbárie ocorrida numa creche em SC:

Confesso que, por razões emocionais, tive um dia muito reflexivo. Não me apeguei a quase nada. E nem tive ânimo de ver o jogo do Flamengo. A barbárie de Blumenau me abateu de jeito. Chorei muito. Não sei dimensionar a que pontos chegamos, mas tenho certeza de que não vamos melhorar o mundo com ódio e guerras. Desculpe, mas meus pensamentos estão nos céus na esperança que Deus acolha 4 anjinhos em seus braços, ampare os pais e familiares, e carregue de amor e esperança por mundo melhor às crianças sobreviventes dessa brutalidade.


 
Sobre o aniversário de 70 anos de Paulo Cezar Lima:

Em 1968, aos 8 anos de idade, vi o Flamengo perder para o Bonsucesso, quando todo estádio estava pronto para comemorar o Campeonato Carioca. Naquele dia chorei literalmente como uma criança. Voltei pra casa de mãos dadas com meu pai, nós dois em silêncio. Naquela época o Flamengo tinha Onça, Manicera, Zélio, mas tinha o saudoso Carlinhos – o Violino – e Silva – o batuta. Durante alguns anos cresci vendo os outros times serem campeões. Até que aos 12 anos de idade, em 1.972, voltei a ver o Flamengo se engalanar. Meu Mengo fazia a maior contratação até então da sua história: Paulo Cesar, o Tricampeão Mundial, tirado do grande rival Botafogo. Naquele ano ganhamos tudo no Campeonato do Estado do Rio de Janeiro. Paulo Cesar me fez soltar o grito de campeão que estava preso há 4 anos. Seus dribles eram rápidos, curtos, quase que imarcáveis. Os passes simplesmente geniais.  Dava gosto ir ao Maraca vê-lo jogar. Fiquei muito triste quando ele partiu para o Olympique, na França, onde tornou-se Rei, e conheceu muita coisa, e a única coisa que conseguiu parar a sua ginga, os seus dribles, a genialidade. Mas o nosso Caju provou que era doce, vitaminado, e como todo gênio inventou um drible e destruiu o adversário. Hoje aos 59 anos tenho o hábito agradável de ler a coluna dele no O Globo. Para mim é hoje o cronista mais consciente, mais articulado, mais inteligente e muito simples. Pude vê-lo nos 70 anos de Kleber Leite. Foi emocionante encontrá-lo e lembrar daquele menino de 12 anos que fui e que foi feliz justamente por causa dele. Pelo que representa até hoje ao futebol brasileiro; pela força de um guerreiro que conquistou a vitória da vida; pelo brilhante cronista que se torna obrigação acompanhar a cada edição de O Globo, eu agradeço por ele fazer parte da minha vida numa fase em que todo menino gosta de sonhar.  Paulo Cesar, você não foi…você é Gênio…e os Gênios são Mágicos e Eternos!!! Parabéns!!!! Feliz 70!!!!!!


 
Sobre Kleber Leite:

Uma das coisas mais emocionantes da minha vida foi ter dividido momentos raros, após reuniões longas de diretoria no Flamengo, já na madrugada, e você com os olhos rajos d’água dizer: “não tenho tido tempo de ver meus filhos, minha família”. O seu tempo, o seu amor, o seu alimento era o compromisso com um outro grande amor. Você se entregou ao Flamengo, e o Flamengo finalmente se rendeu a você. Já te disse, em música: “O Kleber é a cara do Flamengo”. Hoje acrescento: cara, corpo e alma! Parabéns, Kleber. I Love you!


 
Me too!
Descanse em paz, querido amigo. O céu recebe um reforço de raríssimo talento. Talento rubro-negro.
A vida é um fiapo…