Tolerância zero

O tema não é popular, até porque ninguém vê com simpatia a figura do árbitro de futebol, foge, pois, ao “politicamente correto”, porém, o que vem ocorrendo no nosso futebol merece um debate amplo. Talvez já tenha passado da hora.

Vocês têm reparado que, a cada dia que passa, o histerismo tem tomado conta dos gramados brasileiros dentro das quatro linhas, nas áreas destinadas aos treinadores e, até no banco de reservas?
Os treinadores substituíram a discrição por verdadeiros ataques histéricos à beira do campo, além de ofensas aos árbitros. O campeão dos campeões neste quesito é o treinador do Palmeiras, que consegue perder o controle e esquecer a educação até com o seu time ganhando.

Para não se ter a impressão de que pode prevalecer nesta crítica a paixão rubro-negra, convido os companheiros e companheiras do blog que puxem pela memória quanto ao comportamento do nosso banco de reservas no jogo contra o Atlhetico Paranaense, quando a histeria tomou conta de todos os jogadores reservas que, por pouco, não invadiram o campo.
Ainda olhando para o nosso próprio umbigo, nosso goleiro reserva, Hugo, cumpre suspensão por três cartões amarelos sem ter entrado em campo. Por reclamação…
No campo, Gabigol, quase que em todos os jogos, perde o controle emocional, causando friozinho na barriga do torcedor, ante possível advertência e consequente punição.

E o jogador do Atlético Mineiro que quase bate no árbitro?
A leitura labial, para quem vê um jogo na televisão, é prova incontestável do quanto os árbitros são ofendidos e como engolem sapo…
Ia esquecendo do quarto árbitro, que se transformou em penico de desaforo dos treinadores.
Não faz muito tempo, somente o capitão do time podia se dirigir ao árbitro e, assim mesmo, com as mãos para trás, em atitude de respeito.
O tema é complexo, pois há por parte das comissões de arbitragem a pressão natural dos clubes e, a instrução velada aos árbitros existe, no sentido de evitar expulsões, com a alegação de que o jogo precisa ser controlado e terminar com um número aceitável de jogadores em campo, para que o torcedor não se sinta lesado.

Não há como se colocar tudo nos eixos se não houver uma mudança de atitude por parte de quem comanda a comissão de arbitragem.
Um comunicado oficial, informando que, em função das ofensas e grosserias terem passado do limite suportável estava sendo implantada a “tolerância zero”, como medida de retorno à civilidade nos gramados brasileiros, talvez seja a melhor solução  – a curto prazo.

A simples atitude já mudaria a postura dos mais agitados. E quem pagasse para ver, bastava ao árbitro mostrar o “Royal Straight Flush”, ou seja, o cartão vermelho.
Em pouquíssimo tempo tudo voltaria ao normal.
Fica a sugestão…