Não é só museu que vive do passado

O domingo de coronavírus trouxe emoção. Muita emoção…

Meu Deus, que loucura! Como é que pode a loucura não arrefecer, as lágrimas continuarem a rolar de tanta felicidade, passados seis meses?

Pois é, o Flamengo é mágico e nós todos alucinados, apaixonados rubro-negros, conseguimos torcer até no vídeo tape…

Esse jogo, reprisado pela TV Globo, deixa algumas coisas claras. Há quem defenda a tese de que o Flamengo jogou bem em apenas três minutos, quando conseguiu os dois gols. A reprise tem a virtude da possibilidade de se avaliar sem que se esteja no auge do stress emocional.

O River foi até onde deu. A marcação foi implacável desde o primeiro minuto, mas é aquele tal negócio: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Antes do primeiro gol, aquela jogada já havia sido ensaiada três vezes.

Tivemos mais posse de bola nos dois tempos e, além dos três gols do jogo, só houve um gol perdido de forma clara, com Arrascaeta furando, Gabigol chutando e pegando no antebraço do zagueiro e, finalmente, Éverton Ribeiro chutando de direita, com o goleiro defendendo em cima da linha. Em síntese, o Flamengo fez dois gols e perdeu um, “feitinho da Silva”. Seu adversário fez um e, nada mais. Ponto!

O River tentou os chutes de longe e nada conseguiu. O gol argentino só saiu graças à confusão entre Arão e Gérson.

O Flamengo tentou jogar o tempo todo dentro de suas características. Tanto tentou que acabou conseguindo.

Portanto, sem essa de dizer que fomos dominados e que por obra de São Judas Tadeu ganhamos o jogo. Aliás, o jogo tem 90 minutos, mais os descontos. E para quem não sabe, antigo estudo da FIFA mostrou que os cinco minutos onde mais ocorrem gols são exatamente os que estão entre o quadragésimo e o quadragésimo quinto, do segundo tempo.

Portanto, vitória suada, mas justíssima!!!

E que delícia sorrir e chorar de novo. Pena que na solidão, sem poder abraçar e beijar, sem ter com quem dividir tanta alegria.

Mesmo assim, foi muito bom.