Diego Alves e o nosso tiroteio

(Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Que seja bem-vindo Diego Alves e que dê paz ao número 1 do Manto Sagrado.

Para os pessimistas, que vivem com a pulga atrás da orelha e desconfiam de tudo e, neste caso específico, argumentam que o Flamengo só repatriou o goleiro pelo fato dele não estar bem por lá, contra-argumento com uma pergunta bem simples: como repatriar alguém que esteja bem na Europa?

Óbvio que, se estivesse ele tinindo, lá ficaria. Fundamental é que esteja bem fisicamente, pois com 32 anos ainda pode queimar muita lenha por aqui. O mais importante é que, tecnicamente, é inquestionável. A motivação de uma nova etapa de vida, a vontade de disputar a próxima Copa do Mundo, e o calor da nossa torcida, serão combustíveis suficientes para cabeça e alma do nosso novo reforço. Jogador brasileiro, repatriado, arrebentando lá fora, só sei de um. E, nem preciso falar…

No Brasil, dois goleiros me chamam a atenção. Um está no Corinthians, e outro no Santos. Aliás, acho que na próxima convocação de Tite os dois estarão na lista. Agora, que já jogaram mais de sete partidas pelo Campeonato Brasileiro, por este motivo, ficam inviáveis. Lá atrás teria sido possível, principalmente Cássio, que estava infeliz e com o Corinthians precisando vender. Qualquer um dos dois seria solução para quase dez anos. De qualquer forma, ante as circunstâncias, tardia, mas excelente a contratação de Diego Alves. Como dizia minha avó Corina, “antes tarde do que nunca”.

Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

O nosso tiroteio não é do da Linha Amarela ou da Avenida Brasil. O “tiroteio” a que me refiro, é o nosso, o rubro-negro, em que parte da torcida quer a cabeça de Zé Ricardo, enquanto que há também muita gente que o defenda. Basta ler os comentários do blog para que se tenha uma ideia clara do que estou aqui colocando. Como não sou de ficar em cima do muro, não vejo como oportuna e até justa, a substituição, neste momento, do nosso treinador. Pra começar, a palavra está pessimamente colocada. Zé Ricardo, e qualquer outro profissional em atividade no Brasil, pode ser chamado de técnico, jamais de treinador. O motivo é simples. Treinador é quem comanda os treinamentos e, neste calendário maluco em que se joga, sistematicamente, duas vezes por semana, treinar quando?

Muitos reclamam do excesso de bolas alçadas na área, da falta de triangulações e outras coisas mais. Só que isto só pode ser corrigido, idealizado e depurado, nos treinos. Pergunta: Alguém pode me dizer quando foi realizado o último treino coletivo? E o último treino tático? E, estas perguntas valem para qualquer clube. Enfim, a tarefa de quem precisa arrumar um time, ante as circunstâncias atuais, é dura, quase impossível. A saída é ir se ajeitando nos jogos e, desta forma, a solução jamais será a curto prazo.

Já invadimos o segundo semestre e estamos disputando o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana, com um elenco que teve um pouco do dedo do atual treinador. Se vier alguém, neste momento, estará totalmente fora de sintonia com o grupo e sem tempo para implantar o seu método de trabalho.

Acho que a diretoria deve seguir com Zé Ricardo, sempre avaliando e, ao final destes quatro meses que restam ou, perto disso, definir que maestro comandará a banda em 2018. Aí, se houver uma mudança, o escolhido, seja ele quem for, terá tempo para montar o que vier a julgar como ideal, além de ter na pré-temporada o tempo mínimo necessário para TREINAR O TIME…

Além de tudo já exposto, ainda há mais uma pergunta: neste momento, tirar Zé Ricardo para colocar quem?