Neymar jogou como Neymar

(Odd Andersen / AFP)

(Odd Andersen / AFP)

Uma quarta-feira feliz para o brasileiro que gosta de futebol.

Por favor, sem essa de dizer que pegamos uma moleza. A seleção de Honduras, mesmo sem tradição, sem ser uma seleção que imponha respeito, fez o que pôde, inclusive abusando da violência. O árbitro ainda esperou muito até premiar o primeiro hondurenho com o cartão amarelo.

A nossa seleção jamais se intimidou. O jogador brasileiro tomava a pancada, passava cuspe e ia pro jogo. Claro que o gol mais rápido na história do futebol nas olimpíadas ajudou, mas o que realmente se viu foi um time muito bem arrumado, com os atacantes, sempre que necessário, compondo o meio e com isso, garantindo a posse de bola e, consequentemente, o predomínio do jogo. Nestes 6 a 0, destaque absoluto para Neymar, que foi arco e flecha. Jogou, simplesmente, demais…

Impressionante também, o espírito de “camaleão” de Renato Augusto que, nesta seleção, joga de volante, ante a filosofia do nosso treinador de ter em campo, independente de posição, os melhores jogadores. Renato Augusto já jogou de ponta de lança, de meia, de volante e até centroavante já foi. Lá atrás, o velho lobo Zagalo já havia adotado tal estratégia na extraordinária seleção de 70, onde cabeça de área virou zagueiro, meio campo virou falso ponta esquerda, e ponta de lança virou centroavante. No fundo, podemos dizer que esta opção é uma homenagem e um reconhecimento ao talento.

O lado psicológico também aparenta estar bem trabalhado. Todos os jogadores me pareceram com o mesmo objetivo: determinados, disciplinados taticamente e, jogando com alegria.

Vi pela TV um bom pedaço do jogo da Alemanha e a impressão foi muito boa. A vitória por 2 a 0 foi pra lá de justa. O domínio alemão sobre os africanos foi incontestável.

A final de sábado entre Brasil e Alemanha deve ser sensacional, com um clima de revanche na cabeça de todo brasileiro, muito embora, o que esteja em jogo seja o ouro olímpico, e não uma forra do maior mico da história do nosso futebol. Aliás, isto já deve estar sendo trabalhado na cabeça dos nossos jogadores, pois goleada não pode ser um objetivo.

A goleada, é uma consequência do jogo bem jogado por parte de uma equipe e, do dia desastrado do outro time.

Enfim, estamos aí. Vai ser um jogão. Esse, é o tipo do jogo imperdível. Vou chegar com duas horas de antecedência…