O “X” do problema

Vi algumas cenas do desembarque da delegação do Flamengo e, confesso que fiquei com o coração apertado.


 

 

Aliás, fiquei com o coração TODO apertado. Estas são cenas quase iguais as de uma briga em família, quando você constata a animosidade entre as partes que você ama do mesmo jeito.

O que será que os jogadores e treinador concluíram com relação ao episódio e, o que será que os torcedores que promoveram o protesto estão pensando agora?

Vamos começar pelos torcedores. A pior coisa do mundo é quando se cria uma expectativa maravilhosa e, o “filme” toma um rumo oposto. A dor é muito pior. E, este é o caso destes torcedores. Imaginaram um resultado, ante tantas contratações, e estão verificando que a realidade é outra. Em síntese, sentem-se traídos.

O treinador e jogadores, pelo que tenho lido e ouvido, estão unidos e, mesmo sabedores de que os resultados estão aquém do que eles também esperavam, sentem-se injustiçados, mas são incapazes de reverter o quadro.

Aí, fica claro o “X” do problema, que pode ser resumido em pouquíssimas palavras: “Falta de liderança”!!! E vou além. Jogador de futebol, independentemente do nível cultural, tem uma sensibilidade depurada. Estes soldados já detectaram a fragilidade do sargento, do capitão e do general.

E antes que alguém interprete de forma equivocada, liderança a que me refiro longe está de truculência ou agressividade. A liderança a que me refiro não é imposta, e sim, reconhecida, e como tal, obedecida.

Quando há autoridade, somada a conhecimento de causa, coragem, ousadia e “savoir faire”, as coisas caminham naturalmente.

Hoje, o Flamengo tem um treinador de 36 anos, sem nenhuma ligação anterior com o mundo da bola, e que está tendo a sua primeira experiência no clube mais importante do Brasil. Conceitualmente, um absurdo!

A vice-presidência e diretoria de futebol, pelas informações das mais variadas, apesar de seres humanos do bem, distantes do que se possa imaginar como lideranças naturais e necessárias.

E, para fechar, o nosso presidente, que tem virtudes inegáveis, porém, todas, infelizmente, passam longe da necessidade do futebol do Flamengo.

Há no ar a possibilidade de uma mudança no comando técnico. Dizem que o presidente é contra, mas que há dirigentes a favor.

Se for para mudar o treinador para tiro tão curto, tem que ter ombros largos e liderança suficiente para compensar tudo aqui já colocado.

Mudar por mudar, trocar seis por meia dúzia, não vai adiantar nada. Se for para mudar, que a mudança seja radical, mesmo que muitos detestem. O momento pede coragem e ousadia.

Além de competência, o que é óbvio, a necessidade de um líder é mais do que clara.

Este é o “X” do nosso problema.