Pregando no deserto

(Foto Reprodução/Facebook/Federação Paraense de Futebol)

Antonio Carlos Nunes (Foto Reprodução/Facebook-FPF)

As manchetes de hoje ridicularizam não a figura de Antonio Carlos Nunes, eleito ontem vice-presidente da CBF, e sim, os coronéis deste Brasil varonil. Manchete: “ ‘Coronel eleito vice da CBF”. Pergunta: Onde está escrito que um coronel não pode ser eleito, em processo democrático, seja lá para o que for? Será que é demérito ser coronel? Será que coronel é uma doença contagiosa, quem sabe, uma “Zica” camuflada?

Enquanto o Coronel em questão vira Geni e, por tabela, os outros todos coronéis viram Genis, o foco da questão é esquecido. Pergunta: Como o Coronel Antonio Carlos Nunes foi eleito vice-presidente da CBF? Foi um golpe de estado? Foi nomeado pelo presidente licenciado? Foi indicado pelas forças armadas? Foi por interferência do Papa? Resposta: Não. Foi eleito, num processo democrático, em que os CUBES têm a maioria dos votos.

Para quem não sabe, são 67 votos. As 27 federações, os 20 clubes que participam da primeira divisão e os 20 clubes que participam da segunda divisão. Os clubes somados representam maioria esmagadora, num total de 40 votos, contra 27 das federações. Nesta eleição, o Coronel foi eleito com 50 votos a favor, 3 contra, 3 votos em branco e 5 abstenções.  Resumo da ópera: Quem decidiu ser este o melhor caminho para o futebol brasileiro foram os CLUBES. Isto sinaliza de maneira clara que, antes de se bradar por reformulações nas Federações e na CBF, talvez mais importante seja o pleito ou, a luta, de que isto comece pelos clubes. O episódio de ontem é o maior exemplo.