Montenegro (Reprodução da internet)

Tiroteio na quarentena

Meu amigo e irmão Michel Asseff está irritadíssimo com a entrevista concedida por Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente e membro do Conselho gestor do Botafogo.

Na entrevista, Carlos Augusto critica a “pressa irresponsável” dos dirigentes rubro-negros que, procuraram o Governador, mesmo este adoentado, para que liberasse o estádio da Gávea, onde o Flamengo faria seus jogos – sem público – ainda pelo Campeonato Carioca.

Montenegro considerou a atitude irresponsável, pois instiga ao abandono da quarentena, além de colocar em risco todas as pessoas que estariam envolvidas em um jogo de futebol.

O dirigente alvinegro chegou a afirmar que a diretoria do Flamengo, que já fora – de certa forma – negligente, pela falta de atenção e cuidado na tragédia do Ninho, agora estava assumindo, de forma irresponsável, um risco enorme, inclusive para seus próprios atletas.

Há de se ter muito equilíbrio para analisar o depoimento do ex-presidente do Botafogo que, não fugindo às suas características, contundente é.

Vamos por etapas. O que move a diretoria do Flamengo em ter pressa neste momento de quarentena? Simples. O problema do Flamengo é maior do que o dos outros clubes. O que o clube tem que arrecadar para pagar a quem deve é muitíssimo mais do que os pagamentos dos co-irmãos cariocas. Daí a pressa, perfeitamente compreensível, mesmo sabendo que a autorização para o reinício das atividades esportivas seja de competência do Governo do Estado, e da Prefeitura.

E mais: a atitude dos dirigentes rubro-negros está muito mais para aprovar o estádio da Gávea para jogos sem público do que para acelerar o processo de retomada das partidas e, consequente fim da quarentena para todos que venham a participar dos jogos.

Montenegro errou ao relembrar o triste episódio da morte dos garotos do Ninho. Esta fatalidade poderia ter acontecido no Botafogo, ou em qualquer outro clube. Mas, como participante ativo da turma do arco-íris, não perdeu a oportunidade de ir ao nosso “calcanhar de Aquiles”…

A propósito: quando esta tragédia deixará de ser o nosso “calcanhar de Aquiles”?

Com a palavra, os nossos dirigentes…

Incrível como esta ferida continua aberta…