Amarelinhas

Neymar chuta a bola em Armero e começa a confusão (foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

Neymar chuta a bola em Armero e começa a confusão (foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

Não é novidade para quem acompanha este blog que, não gosto de emitir opinião ou tomar decisão sob impacto emocional. No mundo do futebol, aprendi que vestiário não é local para se decidir nada, pois a nuvem emocional que está sempre rondando este local após os jogos, pode conduzir o dirigente para decisão equivocada. Melhor esperar o dia seguinte e, aí sim, com o emocional sob controle, tomar uma decisão. Ontem, foi meio assim. Estava tão irritado com o que vi no jogo do Brasil, que preferi pensar um pouco mais para dizer o que penso.

Desta feita, nada mudou. Agora, cabeça fresca, o sentimento é o mesmo de ontem. Vamos lá: primeiro, mesmo reconhecendo que em função da safra atual não contar com muitos talentos e, muito em cima disso, me parece que quando se tem um jogador diferenciado, mesmo que problemático seja, não dá pra não contar com ele e optar por um jogador comum. O exemplo é na lateral esquerda, em que Dunga convoca e escala Felipe Luiz, autêntico burocrata, em detrimento de Marcelo, que é um dos melhores laterais do mundo.  Nesta esteira, andam também Fred e Roberto Firmino. Será que não há coisa melhor para se convocar e escalar? Bom, o gol que o Firmino perdeu, nem vou comentar. Ridículo… Outra coisa: Acho que hoje em dia, as pessoas estão fazendo confusão entre meia e volante. Elias, por exemplo, é um belíssimo volante, muito acima da média. Não é meia. De um meia, se espera a organização do jogo, enfim, o jogador que dite o ritmo, que tenha talento, que seja o “cabeça”. Assim, tipo Gérson, o “Canhotinha de Ouro”, que armava qualquer time.

Por favor, entendam que não estou aqui criticando o trabalho de Dunga que, depois dos 7×1 para a Alemanha, no aspecto psicológico vem fazendo um belo trabalho, tanto é que amargou ontem a sua primeira derrota. Outro mérito de Dunga é não dar murro em ponta de faca. Se não há um centroavante que mereça vestir a amarelinha, melhor mesmo ir de Tardelli, como vinha ocorrendo, e com sucesso.

Como toquei no aspecto psicológico, acho que o nosso Dunga deve ter um papo com Neymar, que ontem estava completamente fora de prumo. Talvez o peso da responsabilidade de resolver tudo, já que é único fora de série da Seleção, esteja pesando além da conta e, o resultado foi o que se viu na noite triste desta quarta-feira. Pior que, além do amarelo que o tira do próximo e decisivo jogo, ainda foi expulso e, pelo jeito, a punição será severa, já que a Conmebol está num momento de demonstrar distância do famoso “jeitinho”…

Com Neymar, conversar é preciso e, urgentemente!